Região belga da Valónia mantém bloqueado acordo comercial entre UE e o Canadá
O acordo é um temas-quentes da cimeira europeia que decorre em Bruxelas.
O primeiro-ministro belga, Charles Michel, disse nesta sexta-feira que está preocupado com a “radicalização de posições” contra o acordo comercial com o Canadá, que está bloqueado no Parlamento da região da Valónia.
“Não estou tranquilo porque creio que há uma radicalização das posições do Governo da Valónia. Neste momento, decorrem contactos que devem manter-se durante as próximas horas”, sublinhou o chefe do executivo belga.
Charles Michel referiu-se à crise política que bloqueia o acordo com o Canadá, quando questionado pelos jornalistas antes da reunião, em Bruxelas, com os líderes europeus que se reúnem nesta sexta-feira pelo segundo dia consecutivo para tentarem desbloquear a situação.
Michel acrescentou que espera encontrar uma resposta e assegurou que “durante toda a noite” a Bélgica tentou “encontrar fórmulas e soluções tendo em conta as preocupações que foram manifestadas” pelo Governo da Valónia.
“Não quero formular hipóteses porque quero dar oportunidade para que se encontre uma solução nas próximas horas. Não quero deitar lenha na fogueira”, afirmou.
O Parlamento da Valónia, região francófona belga com mais de três milhões de habitantes, está reunido desde as 9h30 (7h30 em Lisboa) para analisar as mudanças que constam da proposta da Comissão Europeia sobre o CETA, o acordo comercial com o Canadá.
O Parlamento valão rejeitou o acordo na passada sexta-feira, tendo-se, desde essa altura, sucedido várias reuniões entre as autoridades da Bélgica, da região da Valónia e da Comissão Europeia para tentar garantir o apoio que tinha ficado decidido na cimeira entre a União Europeia e o Canadá, em Outubro de 2015.