Na Tailândia há palácios e templos fechados para chorar o rei

O período é de luto nacional. Festas de fim de ano e concertos foram também cancelados.

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As autoridades tailandesas recomendam que os turistas usem, “se possível, roupa escura e respeitosa quando em público”, durante o período de luto REUTERS/ISSEI KATO
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Voluntários oferecem serviços gratuitos para tingir peças de roupa de preto, à entrada do Grande Palácio, em Banguecoque, residência oficial do rei de Tailândia REUTERS/EDGAR SU
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As luzes de néon dos anúncios de rua são desligadas após a morte do rei, em Soi Cowboy, Bairro da Luz Vermelha, em Banguecoque REUTERS/ISSEI KATO
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Os proprietários de bares e discotecas foram aconselhados a fechar os estabelecimentos durante o luto nacional REUTERS/ISSEI KATO
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Espectáculos nocturnos habitualmente muito procurados também foram cancelados nos próximos dias e a actividade de muitos dos mercados suspensa AFP/ROBERTO SCHMIDT
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Manequins de uma loja de roupa estão vestidos de preto e branco como respeito à morte do rei REUTERS/EDGAR SU
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Retratos do rei Bhumibol num restaurante AFP/MUNIR UZ ZAMAN
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O rei Bhumibol era o elemento de equilíbrio. Há receios de que a sua morte atire o país para um período de incerteza AFP/MENAHEM KAHANA
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Retrato de Bhumibol Adulyadej, encostado ao muro do Grande palácio AFP/ROBERTO SCHMIDT
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“Uma figura da modernidade numa sociedade quase feudal, presa no século XIX, o jovem rei velejava, tocava jazz, tinha a sua própria estação de rádio, pintava quadros expressionistas a óleo e frequentava festas da classe alta”, escreveu o jornalista Paul Hanley na sua biografia não autorizada de 2006, The King Never Smiles REUTERS/ISSEI KATO
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Monges budistas oram durante uma cerimónia para oferecer condolências ao rei Bhumibol Adulyadej, no templo de Wat Pho, em Banguecoque REUTERS/ISSEI KATO
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Um comerciante observa o discurso do primeiro-ministro Prayuth Chan-ocha, sobre a morte do rei REUTERS/EDGAR SU
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O povo tailandês reuniu-se na parte inferior de uma ponte para assistir a procissão do corpo do rei, que foi transportado para o Grande Palácio em Banguecoque REUTERS/STRINGER
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Pessoas reagem à notícia da morte do rei, à entrada do hospital Siriraj AFP/LILLIAN SUWANRUMPHA
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Apesar de na prática ter poucos poderes, o rei, figura muito respeitada pelos tailandeses, era considerado um garante de estabilidade e equilíbrio REUTERS/Bhumibol Adulyadej

As autoridades tailandesas decidiram que o período de luto pelo rei Bhumibol Adulyadej, que morreu na quinta-feira, deve abranger, de alguma forma, os turistas que visitam o país e, por isso, publicou uma lista de monumentos e sítios que estarão fechados durante as cerimónias fúnebres.

Assim sendo, e até dia 20 de Outubro, duas das maiores atracções de Banguecoque – o Grande Palácio e o Templo do Buda de Esmeralda, onde os ritos funerários terão lugar – estarão inacessíveis.

Segundo a agência de notícias oficial do governo chinês, dois dos principais estádios de boxe tailandês, o Ratchadamnoen e o Lumpini, também estão fechados. O primeiro, talvez o mais popular deste desporto que cativa milhares de tailandeses e estrangeiros em visita ao país, estará encerrado pelo menos um mês (a data de reabertura ainda não foi anunciada).

A lista de atracções turísticas que sofrerão alterações nos horários e mesmo no calendário será actualizada esta segunda-feira. Os operadores turísticos estão a recomendar a todos que consultem com frequência sites noticiosos e a página oficial da Autoridade de Turismo da Tailândia para que ao chegar não fiquem desapontados.

É que não são só os palácios e templos que vão fechar as portas. Espectáculos nocturnos habitualmente muito procurados também foram cancelados nos próximos dias e a actividade de muitos dos mercados suspensa. Algumas das mais importantes festas populares foram mesmo riscadas do calendário, entre elas o festival de fogo-de-artifício e as celebrações de ano novo na cidade costeira de Pattaya, um dos destinos de férias mais concorridos do país. Muitos concertos de artistas locais e internacionais ficaram sem efeito.

Ainda segundo a agência noticiosa Xinhua (Nova China), as recomendações das autoridades tailandesas para este período de luto e recolhimento passam também por sugerir aos turistas que usem, “se possível, roupa escura e respeitosa quando em público”.

Os proprietários de bares e discotecas foram aconselhados a fechar durante este período em que o país chora a morte do monarca, embora o encerramento não seja obrigatório. Foi decretado um período de luto nacional de 30 dias (a contar da passada sexta-feira), alargado a um ano para os funcionários do Governo espalhados pelo país.

Bhumibol Adulyadej, que estava no trono há 70 anos (era o monarca com o reinado mais longo), morreu na quinta-feira aos 88. Apesar de na prática ter poucos poderes, o rei, figura muito respeitada pelos tailandeses, era considerado um garante de estabilidade e equilíbrio num país que, só na última década, viu dois governos legitimamente eleitos serem afastados por golpes militares.

Desde o último golpe, em Maio de 2014, que a Tailândia é governada por uma junta militar chefiada pelo general Prayuth Chan-ocha, que agora veio anunciar que o príncipe herdeiro, o muito impopular Maha Vajiralongkorn, está em condições de ocupar o lugar deixado vago por Bhumibol Adulyadej.

Para a maioria dos tailandeses, se Vajiralongkorn tivesse um cognome seria, muito provavelmente, o indesejado. Divórcios e escândalos sucessivos, associado a um desinteresse pela vida política e abusos de poder, contribuem para a imagem de um príncipe odiado que poucos quererão ver sentado no trono.

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