Furacão Matthew já chegou ao Haiti

A tempestade atingiu a costa do Haiti às 7h locais esta terça-feira, cerca das 13h em Lisboa.

Esta terça-feira um segundo pescador continuava desaparecido
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Esta terça-feira um segundo pescador continuava desaparecido HECTOR RETAMAL/AFP
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Há pelo menos um morto e várias casas destruídas na costa sul do Haiti devido a inundações causadas esta terça-feira pela aproximação do furacão Matthew. O furacão, classificado com a categoria 4 nas cinco escalas Saffir-Simpson e com ventos até 220km/h, já provocou vítimas, mesmo antes de ter atingido a costa na província de Les Anglais, às 7h (cerca das 13h em Lisboa).

A primeira vítima mortal não resistiu ao naufrágio da sua embarcação, que transportava três pescadores – dois conseguiram chegar à costa. Uma segunda embarcação sofreu danos. Três dos ocupantes sobreviveram, mas o quarto continua desaparecido.

Até agora foram registadas inundações em 11 municípios, indica Egdar Celestin, porta-voz da Protecção Civil, citado pela AFP. À medida que os ventos e chuvas se têm intensificado, a população – que durante o fim-de-semana se mostrou relutante em abandonar as suas habitações, com receio de assaltos – tem-se mudado para abrigos temporários. Nos últimos dias, o número de haitianos registados em escolas, igrejas e centros comunitários subiu para os milhares. De acordo com o presidente da província Cité Soleil, mais de 150 mil pessoas têm as suas casas em elevado risco de ameaça e precisam de ser transferidas para local seguro.

O Haiti, país com cerca de 10,5 milhões de habitantes, é vulnerável às ameaças climáticas devido à desflorestação e erosão do solo. Especialistas afirmam que esta é uma das tempestades mais fortes dos últimos nove anos, desde o furacão Félix em 2007, e chega numa altura em que milhares de pessoas vivem ainda em tendas, depois do sismo de 2010, que matou mais de 300 mil pessoas. No meio da tempestade, o país irá ainda às urnas.  As eleições presidenciais marcadas para 9 de Outubro mantêm, para já, a data prevista, assegura o gabinete do Presidente interino do Haiti, citado pela Reuters.

De acordo com a Centro Nacional de Furacões, os avisos para os “perigos de morte” da passagem do furacão aplicam-se ao Haiti, Jamaica e às províncias de Santiago de Cuba, Holguín, Granma, Las Tunas e Guantánamo  – onde o mau tempo já obrigou à retirada de 700 pessoas da base naval. O grupo foi transferido para as instalações da Marinha em Pensacola, na Florida, e é exclusivamente composto por desalojados, mulheres e filhos de militares destacados na base naval, onde vivem mais de cinco mil pessoas. As autoridades norte-americanas adiantaram, no entanto, que o número deverá manter-se, não estando prevista a retirada dos 61 detidos na prisão de Guantánamo.

"Tomámos medidas para manter o nosso pessoal e os detidos a salvo e seguros. Estão em edifícios sólidos e há muitos locais em que podem resguardar-se e permanecer a salvo", explicou o capitão Jeff Davis, porta-voz do Pentágono. 

Pelos cálculos da trajectória, é expectável que o furacão siga para o extremo leste de Cuba ainda esta terça-feira e atinja as Bahamas na quarta-feira, não sendo certo que a costa leste dos EUA esteja completamente segura. 

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