Polícia impede nadadores dos EUA de voarem para casa

Em causa estarão depoimentos incongrentes dos quatro atletas que, no domingo de madrugada, se queixaram de terem sido assaltados.

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Tribunal brasileiro ordenou também a apreensão do passaporte de Ryan Lochte, que fazia parte do grupo alegadamente assaltado, mas o nadador já tinha regressado aos EUA MARTIN BUREAU/AFP

A polícia brasileira travou o embarque de três dos quatro nadadores norte-americanos que, no fim-de-semana passado, foram supostamente assaltados no Rio de Janeiro, onde decorrem os Jogos Olímpicos, e que estavam a tentar regressar aos EUA após o fim da semana de competição da natação. 

Gunnar Bentz, Jack Conger e James Feigen terão sido impedidos de regressar a casa, segundo avançam as agências de notícias Reuters e AFP, nesta quarta-feira à noite, devido a alegadas "inconsistências" nos depoimentos que prestaram à polícia depois de terem sido assaltados. O quarto elemento deste grupo é um dos nadadores mundiais mais medalhados, Ryan Lochte, que seguiu mais cedo, noutro voo, para os EUA, já depois de um tribunal ter ordenado a apreensão do passaporte do nadador, que é o segundo mais premiado na história olímpica.

Já esta quinta-feira, Lochte alterou a sua versão dos acontecimentos, numa entrevista ao canal NBC.

Gunnar Bentz e Jack Conger ainda chegaram a entrar no avião, mas segundo o site G1, do Brasil, "foram retirados por polícias civis, com a ajuda da Polícia federal". Em causa está, segundo a mesma fonte, a possibilidade de ter havido uma "falsa comunicação de crime por parte dos nadadores", acrescenta o mesmo site

O alegado assalto ocorreu no sábado à noite, na Casa de França, na zona sul do Rio, segundo o site Globo Esporte. A informação sobre o sucedido começou por ser negada pelo comité organizador dos Jogos, mas seria confirmada horas depois pela mãe do atleta, Ileana Lochte, em declarações à agência Associated Press,  acrescentando mesmo que uma arma foi apontada ao nadador.

Mais tarde, Ryan Lochte contou ao canal de televisão NBC como decorreu o assalto: “Entraram pelo táxi e começaram por mostrar crachás da polícia. Não tinham lanternas nada, mostraram os crachás e puxaram-nos para fora do táxi.”

“Quando já estávamos fora do táxi, os assaltantes apontaram-nos armas e disseram para nos deitarmos no chão. Eu recusei. Não tinha feito nada de mal. Um deles apontou-me a arma e disse: ‘No chão’. Depois levaram as carteiras e o dinheiro, mas deixaram o telemóvel e a carteira”, revelou o atleta, que teria sido convidado pelo brasileiro Thiago Pereira.

Um dos pontos que suscita dúvidas aos investigadores, é visível num vídeo publicado pelo jornal britânico Daily Mail, no qual se vêem os quatro atletas a chegarem à Aldeia Olímpica. "Por volta das 7h da manhã – e não 4h, como alegaram – o grupo entrou tranquilamente em casa, passando pelo detector de metais.

Agora, já nos EUA, Lochte, de 32 anos, altera os relatos iniciais e diz que o assalto não aconteceu quando estavam a dirigir-se à Aldeia Olímpica, mas numa bomba gasolina, onde os quatro nadadores foram à casa de banho. O atleta conta que quando voltaram para o táxi, o motorista não ligou o carro e foi nessa altura que dois homens se aproximaram com armas e distintivos da polícia. 

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