Esta semana já houve três condenações por subversão na China
Zhou Shifeng, o director do escritório de advogados Fengrui, tornou-se o terceiro activista a ser condenado esta semana. Recebeu uma pena de sete anos e, tal como Zhai Yanmin e Hu Shigen, foi declarado culpado do crime de subversão.
Zhou Shifeng, director dos escritórios de advogados chineses Beijing Fengrui, foi sentenciado a uma pena de sete anos de prisão pelo crime de subversão, esta quinta-feira, em Tianjin.
Após um julgamento de duas horas e 40 minutos, Zhou, de 52 anos, foi considerado culpado de ordenar os advogados da sua firma a “espalhar rumores e sensacionalizar casos sensíveis” com o objectivo de derrubar o Governo do Partido Comunista Chinês, avançou o South China Morning Post.
A Xinhua, agência de notícias do Estado chinês, noticiou que Zhou confessou os crimes e não vai recorrer da sentença. Outros dois detidos acusados pelo mesmo crime, Zhai Yanmin – condenado a uma pena suspensa na passada terça-feira – e Huang Liqun, que também trabalhava na Fengrui, testemunharam contra Zhou Shifeng em tribunal.
“[Zhou Shifeng] teve um papel fulcral num grupo de activistas que tentaram manipular a opinião pública e danificar a segurança nacional, espalhando pensamentos subversivos”, afirmaram os procuradores, que acusaram o arguido de ter sido “influenciado por forças anti-China” e ter feito declarações sobre “derrubar o Governo”, citou a Reuters. O advogado terá admitido em julgamento que as acções da Fengrui pretendiam chamar a atenção de “forças estrangeiras”, levando a críticas internacionais ao Governo chinês.
Tal como Zhai Yanmin, de 55 anos, e Hu Shigen – que viu esta quarta-feira ser-lhe aplicada uma pena de sete anos e meio de prisão –, também Zhou Shifeng foi detido em Julho de 2015, no âmbito dos esforços da administração do Presidente Xi Jinping para reprimir manifestações e outros actos considerados negativos ao Partido Comunista Chinês. A Fengrui é um alvo do Governo chinês – vários casos politicamente sensíveis e activistas mediáticos são representados por advogados deste escritório.
Os advogados que defendiam Zhou disseram que tinham sido substituídos por advogados indicados pelo Governo chinês. A Amnistia Internacional (AI) censurou a condenação de Zhou e dos outros detidos – estes julgamentos mostram que a China tenta silenciar todos os que “levantam questões legítimas sobre direitos humanos e que usam o sistema legal para exigir uma mudança”, acusou a organização, citada pela Associated Press. Para a Amnistia, estes julgamentos, que devem prolongar-se pelos próximos dias, são “fraudulentos”, declarou em comunicado Roseann Rife, directora de investigação na Ásia Oriental.