O meu carro ardeu no Andanças. Quando serei compensado?

Deco apela a todos os envolvidos para que dêem celeridade ao processo e que não deixem, face às centenas de prejudicados, o caso arrastar.

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O fogo deixou um autêntico “cemitério de carros” junto ao recinto do festival Enric Vives-Rubio

Já se sabe o que esteve na origem do fogo?
Não. A GNR, com a ajuda de uma equipa da Polícia Judiciária, ainda está a investigar. Neste momento tudo parece apontar para que o incêndio tenha tido início numa viatura estacionada no parque do festival. Mas perceber qual foi essa viatura e qual o motivo da ignição são questões muito importantes para determinar quem pagará os danos. Se se comprovasse que o condutor do veículo teve algum tipo de responsabilidade, ainda que negligente, no incêndio, isso poderia determinar a exclusão de responsabilidade da sua seguradora. Se ficar comprovado, por hipótese, que a falta de condições de segurança do local contribuiu para a dimensão dos danos, a organização do evento será chamada necessariamente a comparticipar os custos.

Que seguros existem?
A organização diz que tem um seguro de responsabilidade civil que cobre situações de incêndio, mas até agora desconhece-se o seu valor. Além disso, cada proprietário tem um seguro associado à sua viatura. Obrigatórios por lei são os seguros que abarcam danos de terceiros. Os que cobrem danos próprios, conhecidos como seguros contra todos os riscos, são bastante mais caros e não são exigidos por lei. O presidente do Automóvel Clube de Portugal estima que menos de 10% dos automobilistas tenham um seguro deste tipo, na actual conjuntura económica. Em todo o caso, face à dimensão do sinistro e aos milhões de euros de prejuízo que dele terão resultado, os especialistas admitem que o mais certo é que as seguradoras se sentem à mesma mesa e criem regras próprias e excepcionais para este caso.

Quanto tempo vai demorar o pagamento dos prejuízos?
Ninguém sabe. Tudo dependerá das autoridades e das seguradoras. É expectável que quem tem um seguro contra todos os riscos seja compensado mais rapidamente que os outros. Mas Rita Rodrigues, da Deco, apela a todos os envolvidos para que dêem celeridade ao processo e que não deixem, face às centenas de prejudicados, o caso arrastar. “A falta de carro compromete o dia-a-dia dos afectados”, recorda. Em tom de conselho, a responsável da Deco lembra a cada consumidor que deve perceber quais os meios que tem ao ser dispor e accioná-los. Em caso de conflito e para evitar os tribunais, Rita Rodrigues lembra que existe um centro de arbitragem específico para o sector dos seguros automóveis que pode ser mais “ágil” a resolver o litígio.

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