Maria Luís: “Se eu fosse ministra as sanções não se colocavam”
Vice-presidente do PSD culpa Governo por aplicar política que levanta dúvidas em Bruxelas.
A vice-presidente do PSD Maria Luís Albuquerque responsabiliza a política do actual Governo, mesmo a que está a ser levada a cabo em 2016, pela eventualidade de aplicação de sanções a Portugal em resultado do procedimento por défice excessivo de 2015. A social-democrata está, por isso, convencida de que não se falaria de penalizações se Passos Coelho governasse: “Se eu fosse ministra das Finanças a questão das sanções não se colocava”.
Depois da declaração aos jornalistas, Maria Luís Albuquerque foi questionada sobre a sua convicção de que, enquanto titular da pasta das Finanças, conseguiria evitar as sanções. “Porque a questão que se coloca verdadeiramente é o que está a ser feito nestes meses de governação, são as dúvidas fundadas sobre as metas macro-económicas e as reformas estruturais. Foi com elas que conseguimos merecer a confiança dos nossos parceiros europeus. Se tivéssemos continuado no Governo essa credibilidade não se perdia”, justificou.
Em resposta aos jornalistas, a vice-presidente social-democrata afirmou que, na perspectiva de Bruxelas, não estão em causa apenas “15 dias de Governo socialista [em 2015]”, mas sim “todas as medidas que o Governo apresentou no Orçamento e no Programa de Estabilidade e Crescimento”. “O que está em causa é que a trajectória é esteja a ser desviada daquilo que foi nos últimos anos”, sublinhou.
A ex-ministra sustentou que o défice de 2015 é de 3% (excluindo a operação Banif) e acusou o Governo de “contradições” ao falar publicamente em 3,2% (através do ministro das Finanças) ou em 3,1% (através da direcção-geral do Tesouro), depois de ter tomado medidas extraordinárias. “Só com muita incompetência é que o Governo pode apresentar uma derrapagem”, apontou.
Lembrando que ainda “há tempo” para o Governo fazer pressão sobre Bruxelas, Maria Luís Albuquerque disse ficar preocupada com “todas as sanções” quer sejam “pecuniárias ou simbólicas ou de suspensão de fundos estruturais”.