A Escócia prepara a sua luta pela continuidade na União Europeia em duas frentes, negociando com Bruxelas e Estados membros ao mesmo tempo que prepara um segundo referendo pela independência, como anunciou na manhã deste sábado a primeira-ministra escocesa, Nicola Sturgeon, depois de uma reunião com os seus ministros.

“A maioria dos debates desta manhã centrou-se naquilo que podemos fazer, e nas negociações futuras para proteger a relação da Escócia com a União Europeia e o nosso lugar no mercado único”, afirmou Sturgeon, que, como na sexta-feira, voltou a apontar para a possibilidade de um segundo movimento pela independência.

“Um segundo referendo para a independência é claramente uma opção que deve estar em cima da mesa, e está claramente em cima da mesa”, frisou a líder do Partido Nacionalista Escocês (SNP), que em 2014 mobilizou o voto pelo corte com o Reino Unido, mas que acabou por perder por dez pontos percentuais — 45% contra 55%.

Enquanto a sua equipa prepara a legislação para um novo referendo — que o Parlamento britânico terá de aceitar —, a prioridade será entrar em diálogo com os parceiros europeus e estudar alternativas a um “Brexit” que arraste a Escócia para fora da comunidade europeia contra a sua vontade — na quinta-feira, 62% dos escoceses votaram pela permanência.

“Vamos tentar entrar imediatamente em negociações com as instituições europeias e outros Estados membros de maneira a explorar todas as opções possíveis para proteger o lugar da Escócia na União Europeia”, anunciou Sturgeon.