UEFA abre inquérito à Rússia por incidentes com adeptos

Comportamento dos adeptos russos no estádio pode valer penalização. Confrontos no porto de Marselha fora da alçada da UEFA.

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Confusão no estádio Valery HACHE/AFP
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Confrontos no Centro de Marselha, que a UEFA diz estarem fora da sua alçada LEON NEAL/AFP
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A UEFA abriu neste domingo um inquérito disciplinar à Federação Russa de Futebol por causa dos incidentes com adeptos no final do jogo com a Inglaterra, sábado à noite, em Marselha.

Na mira do organismo que gere o futebol europeu estão as “perturbações” causadas pelos adeptos russos nas bancadas, o seu “comportamento racista” e o lançamento de petardos. O caso será analisado já na próxima terça-feira.

Nos minutos finais do encontro entre a Rússia e a Inglaterra, que terminou empatado a um golo, adeptos russos lançaram tochas e petardos para uma bancada de fãs ingleses, tendo de seguida invadido aquela zona, onde se geraram violentos confrontos.

Os adeptos russos já tinham estado envolvidos em confrontos no jogo de estreia do Euro 2012, frente à República Checa, o que na altura valeu à Federação Russa uma multa de 120 mil euros e uma penalização de seis pontos para a fase de qualificação do Euro 2016, castigo que foi reduzido após um recurso.

Ainda antes do anúncio da UEFA, já a Federação Russa de Futebol (RFS) divulgava a intenção de localizar e castigar todos os adeptos que participaram nos confrontos.

"Lamentavelmente temos adeptos que acendem tochas. Não gostamos muito de pagar multas por eles. Vamos identificá-los a todos e vamos castigá-los", afirmou Vitaly Mutko, em declarações à agência R-Sport.

O responsável também apontou falhas à organização do jogo no estádio Velodrome, em Marselha, por considerar que os adeptos das duas equipas estavam demasiado perto uns dos outros, admitindo uma pesada multa por parte da UEFA. 

A UEFA, entretanto, já admitiu que houve problemas na separação dos adeptos no estádio e garantiu que vai fazer as necessárias correcções.

O ministro lamentou ainda que estes incidentes manchem a imagem da Rússia e dos seus adeptos, a dois anos de o país receber o Mundial de Futebol de 2018. "Como anfitriões do próximo Campeonato do mundo, devemos cuidar da nossa imagem", advertiu Mutko.

Confrontos no Centro de Marselha sem castigo da UEFA

A UEFA limita-se, no entanto, a actuar em relação aos incidentes no estádio, e nas suas imediações.

Fora da sua alçada estão os graves incidentes que ocorreram na zona do porto velho de Marselha, onde adeptos russos, ingleses e franceses protagonizaram cenas de violência.

Horas antes do Inglaterra-Rússia, adeptos das duas selecções (e também habitantes de Marselha) envolveram-se em confrontos no centro da cidade francesa, recorrendo ao que tinham à mão para arremessarem: garrafas de vidro, cadeiras e até mesas de esplanada. 

Estes incidentes provocaram 31 feridos, quatro deles em estado grave. Um adepto inglês, que teve de ser transportado para o hospital após ter sofrido um ataque cardíaco e ficado inconsciente, corre mesmo risco de vida.

Segundo a AFP, foram detidos dez adeptos, de nacionalidade inglesa, russa, francesa, alemã e austríaca.

As imagens mostram dois grandes grupos que trocam agressões antes da partida, na sequência do que já tinha acontecido na sexta-feira, quando nove pessoas foram detidas.

“A polícia interveio numa rixa que opunha adeptos ingleses, russos e franceses numa zona do porto velho. Os incidentes foram graves mas a calma regressou em poucos minutos”, afirmou o responsável da polícia marselhesa, Laurent Nunez. As autoridades utilizaram gás lacrimogéneo e dispersaram os adeptos para as ruas circundantes.

A UEFA já tinha condenado veementemente os episódios de violência e esclarecido que só poderia actuar no perímetro dos recintos do Euro2016.

O ministro do Interior francês, Bernard Cazeneuve, condenou na noite de sábado "o comportamento irresponsável e deliberado de pseudo-adeptos", na sequência dos "incidentes inaceitáveis" em Marselha.

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