Falham negociações para texto único a condenar sanções
PSD e CDS entregaram esta manhã um outro voto a rejeitar eventuais penalizações de Bruxelas por défice excessivo
As bancadas da esquerda e as da direita falharam as negociações para chegar a um texto único que condenasse a eventual aplicação de sanções a Portugal por défice excessivo. Face ao insucesso, o PSD e CDS entregaram um voto de condenação conjunto que considera essa penalização "infundada, injusta e incompreensível". O PS, PCP, BE e PEV manteve o seu voto de condenação.
Tanto o texto da direita como o da esquerda deverão ser votados dentro de meia hora e são quase iguais, à excepção de uma frase: "Face aos esforços e resultados de consolidação nominal e estrutural alcançados pelo país" (frase incluída do voto do PSD e CDS).
As conversações entre as bancadas da direita e da esquerda falharam por causa desta frase que se referia ao esforço feito pelo anterior Governo PSD/CDS para atingir o défice de 3%. Nas bancadas à esquerda essa ideia não foi aceite.
Nesse sentido, o PSD e o CDS, avançaram com o seu próprio voto, já entregue esta manhã na mesa da Assembleia da República. "A Assembleia da República (...) pronuncia-se no sentido de considerar infundada, injusta, incompreensível e contra-producente uma eventual decisão da Comissão Europeia de propor sanções ao país por incumprimento do Pacto de Estabilidade e Crescimento", lê-se no texto apresentado pelos sociais-democratas e centristas.
O PSD e CDS tinham apresentado, em conjunto, um projecto de resolução no mesmo sentido por considerarem que essa era a forma mais adequada, mas acabaram por aceitar a forma de voto de condenação apresentada pela esquerda. O projecto de resolução pode agora ser retirado. O objectivo era que todos os partidos pudessem aprovar um texto de condenação para dar um sinal a Bruxelas, a semanas da decisão das instâncias europeias. Agora, em tese, podem ser aprovados dois textos ou o voto da direita ser chumbado.