Resende compromete-se a renovar a frota de carreiras que circulam em Matosinhos
A empresa compromete-se ainda à implementação de novas linhas e à integração na rede Andante nalgumas carreiras em falta.
A Câmara de Matosinhos chegou a acordo com a Resende para a substituição de cerca de 19 camionetas da empresa de transportes urbanos que opera no concelho. Em causa está a inexistência de pisos rebaixados nas entradas e saídas dessas viaturas. O acordo já confirmado pela autarquia e pela operadora, que será levado nesta terça-feira a reunião de Câmara, prevê ainda um conjunto de medidas no sentido de melhorar o serviço prestado aos utentes.
O acordo surge na sequência da alteração legislativa que confere poderes às autarquias em matéria de concessão de transportes. No caso de Matosinhos, em favor do desenvolvimento de uma estratégia metropolitana de transporte público, a função foi delegada à Área Metropolitana do Porto (AMP), que prevê autorizar a manutenção do regime de exploração, a título provisório, dos operadores privados até 3 de Dezembro de 2019. À Resende foi colocado um conjunto de condições para que essa exploração pudesse ser autorizada.
Detectadas pela câmara uma série de características da operação, da rede de transportes privada, que são alvo de contestação por parte de utentes, nomeadamente quanto ao estado de conservação do material circulante, o cumprimento de horários, informação disponibilizada para o público e algumas queixas quanto a falta de linhas nalgumas localidades, a autarquia negociou com a empresa algumas melhorias a serem implementadas, como contrapartida para o cumprimento do memorando estabelecido com a AMP.
De acordo com o vereador da Mobilidade, José Pedro Rodrigues, as mais urgentes, além da já referida renovação da frota, passam pela implementação da nova Linha 124, que vai ligar o Cabo do Mundo, no norte do concelho, ao Hospital Pedro Hispano, com passagem pelo Hospital privado da Boa Nova e a integração na rede Andante das linhas 104, 118, 119, 124 e 130. O vereador entende ser fundamental que todo o concelho esteja “coberto por transportes públicos” e defende uma rede de transportes “focada na intermodalidade”. Um dos pontos que a Resende terá, também, que cumprir é garantir que a sua actividade não afectará “negativamente o operador público (STCP)”.
Para José Pedro Rodrigues, um operador com a dimensão que a Resende tem no município de Matosinhos tem que se “ajustar às necessidades dos utentes”, tendo em consideração o “conforto e um serviço adequado às suas necessidades”. As negociações entre as duas partes “foram longas”, mas crê terem chegado a um consenso “que possa servir todos”.
De acordo com Martins da Costa, administrador da Resende, a empresa de transportes está em condições de cumprir com o estabelecido. Entre 2017 e 2019, a empresa compromete-se a substituir 19 autocarros, que ainda dispõem de escadas como acesso ao interior dos veículos, por viaturas de piso rebaixado. Ainda que, actualmente, apenas 60% das cerca de 90 camionetas em circulação estejam preparadas para receber passageiros com mobilidade reduzida, Martins da Costa, afirma que “o objectivo é cobrir a totalidade da frota”. Adianta ainda que tem sido feito um esforço no sentido de serem substituídos todos os MiniBus por viaturas de maior dimensão, no sentido de “proporcionar um maior conforto aos passageiros”, o que ainda não foi possível em todas as linhas porque a “a configuração de alguns trajectos não o permite”, nomeadamente no caso do Bairro da Biquinha ou da Cruz de Pau.
A Transportes Resende é uma empresa que actua na área dos transportes colectivos urbanos, na área de Matosinhos, desde a década de 1950. Nos anos 1990 alargou a sua área de actuação e aumentou a sua frota, assim como o número de linhas. Actualmente é responsável por 60% do total da operação de transportes de passageiros no município.