Os dois adversários de Donald Trump no Partido Republicano decidiram unir esforços para tentarem dificultar o caminho do magnata na sua corrida para a Casa Branca.

Já sem hipóteses de conseguirem conquistar os 1237 delegados necessários durante as eleições primárias para serem eles os nomeados, o senador Ted Cruz e o governador John Kasich tentam agora fazer com que Donald Trump fique também aquém desse número.

Se nenhum dos três candidatos chegar à convenção do partido, em Julho, sem pelo menos 1237 delegados, a nomeação de Donald Trump ficará em risco mesmo que ele termine as eleições com mais delegados do que os seus adversários.

Segundo as regras do Partido Republicano, nesse cenário a convenção não será apenas uma cerimónia de coroação do candidato mais votado durante as primárias – se nenhum deles conquistar 1237 delegados na primeira ronda de votações na convenção, a maioria dos delegados ficará livre para votar em quem entender a partir da segunda votação.

E é nesse cenário que Ted Cruz e John Kasich apostam para impedirem Donald Trump de ser o nomeado. Numa convenção aberta, qualquer um deles pode negociar com os delegados para que mudem o seu sentido de voto.

O acordo, anunciado nas últimas horas pelos responsáveis das campanhas de Ted Cruz e John Kasich, passa por uma espécie de cessar-fogo em três estados – Kasich não fará campanha no estado do Indiana e Cruz baixará a guarda no Oregon e no Novo México.

Se o plano correr como os dois candidatos esperam, e se a maioria dos apoiantes de John Kasich votar em Ted Cruz no Indiana, então o senador do Texas poderá vencer neste estado e atrasar Donald Trump na corrida pelos 1237 delegados.

Em reacção a este acordo, Donald Trump disse que os seus dois adversários estão "desesperados" e acusou-os de "conluio".

"Só mostra o quão fraco e desesperado está o mentiroso Ted, quando tem de fazer equipa com um tipo que não pode com ele e que apenas venceu um estado e perdeu 38", escreveu o magnata na sua conta no Twitter.