Negociações para a paz laboral no Porto de Lisboa terminam sem acordo
Apesar de já haver convergência em alguns pontos, não há ainda um entendimento definitivo.
Depois de três meses de negociações que permitiram ao Porto de Lisboa e aos seus operadores portuários chegar a acordo com os representantes dos trabalhadores em vários pontos, ainda não foi possível fechar um acordo.
Recorde-se que este grupo de trabalho foi criado pela ministra do Mar, Ana Paula Vitorino, numa tentativa de pôr fim aos sucessivos pré-avisos de greve entregues pelo Sindicato dos Estivadores desde o dia 14 Novembro, data em que o contrato colectivo de trabalho dos estivadores deixava de estar em vigor. Os trabalhos da comissão arrancaram a 30 de Dezembro e, volvidos 95 dias, as conclusões ainda não são definitivas.
Segundo uma nota de imprensa enviada nesta terça feira pelo Ministério do Mar, os trabalhos desenvolvidos sob a coordenação da Administração do Porto de Lisboa e que envolveram o Sindicato dos Estivadores, Trabalhadores de Tráfego e Conferentes Marítimos do Centro e Sul de Portugal e representantes das Associações Patronais que operam no Porto de Lisboa, “permitiram atingir resultados muito positivos”. Mas não definitivos, porque ainda não há compromisso.
Segundo o Ministério do Mar, foi possível estabelecer “um acordo de paz social que permitiu negociar e tentativamente alcançar um novo contrato colectivo de trabalho, de forma a garantir a estabilidade laboral, que se pretende duradora a longo prazo”. Foi também possível firmar “um acordo sobre prestação de trabalho suplementar com o objectivo de permitir a continuidade do trabalho portuário durante o período de negociações”.
Foi ainda possível alcançar “um acordo sobre o ingresso no sector” e alcançar “compromissos em matérias como o reingresso no sector, as tabelas salariais, bem como as cláusulas pecuniárias acessórias”. A faltar está um acordo entre as partes “quanto à forma de progressão na carreira (se baseada no mérito ou efectuada de forma automática)” e quanto “à organização e planeamento da actividade portuária (se feita por trabalhadores portuários ou pelos responsáveis pela gestão portuária)”.
O Ministério do Mar termina a nota onde faz o ponto da situação destas negociações desejando “que as partes consigam ultrapassar, no mais curto prazo de tempo, este novo impasse, num momento crucial para o desenvolvimento do Porto de Lisboa e para o desenvolvimento da região e do país”.
O PÚBLICO tentou contactar o Sindicato dos Estivadores, mas foi remetido para uma posição que será tomada " mais tarde".