Novos investimentos da Embraer com 34,6 milhões de apoios do Portugal2020

Investimento bruto elegível é de 93,5 milhões de euros.

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A fábrica da Embraer, em Évora Miguel Manso

O Governo anunciou a homologação de dois novos projectos da construtora aeronáutica brasileira Embraer nas fábricas de Évora, num investimento total elegível de 93,5 milhões de euros, que beneficia de 34,6 milhões de incentivos financeiros.

Os projectos foram homologados pelos ministros do Planeamento e das Infraestruturas e da Economia, respectivamente, Pedro Marques e Manuel Caldeira Cabral.

Os investimentos e os incentivos financeiros, no âmbito do programa Portugal 2020 (PT2020), revelou à agência Lusa fonte do Ministério do Planeamento e das Infraestruturas, foram homologados esta semana" pelos governantes. A atribuição dos 34,6 milhões de euros de incentivos financeiros, segundo a mesma fonte, "insere-se na política do Governo de apoio ao investimento estrangeiro de elevada componente tecnológica e criador de emprego".

Contactado pela Lusa, o presidente da Embraer Portugal, Paulo Marchioto, congratulou-se pela aprovação e homologação destes contratos, que envolvem, em termos brutos, um investimento total elegível de 93,5 milhões de euros nas fábricas de Évora.

"Esta aprovação tem uma importância muito grande para nós, porque nos permite trabalhar no novo avião da Embraer, que é o projecto E2", a nova geração de aviões E-Jets da empresa, acedendo "a novas tecnologias e inovações", disse.

Segundo o Ministério do Planeamento e das Infraestruturas, a candidatura apresentada pela fábrica Embraer Portugal Estruturas em Compósitos envolve um investimento bruto elegível de 30 milhões de euros, ao qual cabe um incentivo do PT2020 de 11,1 milhões.

O projecto desta unidade especializada no fabrico de peças em materiais compósitos, que prevê criar mais 63 postos de trabalho, dos quais dez qualificados, tem como objectivo a "capacitação tecnológica, tendo em vista a participação no desenvolvimento e produção em série da aeronave Embraer E175-E2".

"Vamos fazer duas novas linhas de montagem" para "fabricar o 'flap' e o estabilizador horizontal do E175--E2", revelou Paulo Marchioto.

No caso do estabilizador horizontal, o presidente da Embraer Portugal realçou tratar-se da primeira peça do género "em compósitos feita pela empresa". "Estamos a adquirir novas máquinas, com tecnologias inovadoras e que nunca usámos antes. Isso abre-nos portas para entrar nos novos produtos" da empresa, com o fabrico de "peças que normalmente seriam compradas no mercado aeronáutico, a empresas externas à Embraer", realçou.

Quanto à fábrica Embraer Portugal Estruturas Metálicas, o contrato envolve um investimento bruto elegível de 63,5 milhões de euros, ao qual foi atribuído um incentivo de 23,5 milhões.

O investimento, que prevê criar 199 postos de trabalho, dos quais 21 qualificados, visa a "inovação produtiva para capacitar a empresa com tecnologia na sua área de excelência, que permita participar na fabricação" dos E2.

"Este projecto permitirá à empresa angariar futuros projectos da casa-mãe e participar noutros projectos" a cargo de outras construtoras aeronáuticas, "como a Boeing e Airbus", pode ler-se na informação do Governo.

Segundo Paulo Marchioto, a fábrica de estruturas metálicas "já está a ser aumentada, em oito mil metros quadrados", para permitir "a produção em série de peças de partes da asa" do E175-E2".

"São peças grandes e complexas, de cadência alta. Já estávamos a trabalhar no protótipo da asa, mas, agora, esta aprovação permite-nos avançar para a produção em série, em Évora", disse.