Ministra justifica subida da criminalidade com pró-actividade da polícia
Em Lisboa criminalidade geral aumentou 1,7% entre 2014 e 2015, enquanto crimes violentos desceram 0,5%
A ministra da Administração Interna, Constança Urbano de Sousa, disse esta sexta-feira que a subida ligeira da criminalidade geral registada em 2015 se relaciona com a pró-actividade das forças de segurança e o registo de novos crimes.
Os dados do Relatório Anual de Segurança Interna de 2015 ainda não estão consolidados, mas a ministra da Administração Interna adiantou que "há uma diminuição da criminalidade violenta, aquela que é mais grave e que gera maior sentimento de insegurança", enquanto a criminalidade geral registou "um ligeiro aumento".
Constança Urbano de Sousa, que falava aos jornalistas no final da cerimónia que assinalou os 149 anos do Comando Metropolitano de Lisboa da PSP, justificou este aumento da criminalidade geral com “a pró-actividade das forças de segurança e também com o registo de alguns crimes" que não existiam em 2014, como os relativos ao abandono e maus tratos de animais.
Os dados da criminalidade avançados pela ministra dizem respeito aos crimes registados pelas forças e serviços de segurança tutelados pelo Ministério da Administração Interna, designadamente PSP, GNR e Serviço Estrangeiros e Fronteiras. O Relatório Anual de Segurança Interna tem de ser entregue na Assembleia da República até 31 de Março.
Durante a cerimónia, o comandante metropolitano de Lisboa da PSP, o superintendente Jorge Maurício, avançou que entre 2014 e 2015 a criminalidade geral subiu 1,7 % nesta área de intervenção, enquanto a criminalidade violenta e grave desceu 0,5 %. Também Jorge Maurício afirmou que este aumento da criminalidade geral está relacionado com "a pró-actividade policial", nomeadamente com o número de detenções, que subiu 10,6 % em 2015, face a 2014. A PSP de Lisboa deteve 12.243 pessoas e apreendeu 3.500 armas em 2015, ano em que fez policiamento a mais de 500 manifestações e a perto de quatro mil eventos desportivos.
Os números da criminalidade na área do comando metropolitano de Lisboa representam 41 % do total da criminalidade geral, no país, e 56 % da criminalidade grave e violenta.