Dilma foi a casa de Lula oferecer solidariedade
O ex-Presidente pediu aos apoiantes para saírem em defesa do Partido dos Trabalhadores. "Se eles me querem vencer, têm que me enfrentar nas ruas deste país", disse.
A Presidente brasileira, Dilma Rousseff, foi neste sábado a casa de Lula da Silva para lhe prestar solidariedade, depois de o ex-chefe de Estado ter sido levado para prestar depoimento pela polícia federal, no âmbito da investigação à rede de corrupção na Petrobras.
Dilma esteve no apartamento de Lula em São Bernardo do Campo (estado de São Paulo) uma hora, durante a qual os dois surgiram numa varanda para acenar às cerca de 250 pessoas — segundo o jornal O Globo — que ali se juntaram em apoio do ex-Presidente. Na véspera, Rousseff tinha criticado a forma como Lula fora levado pela polícia, considerando que fora "desnecessário", pois o líder histórico do Partido dos Trabalhadores (PT) já teria comparecido várias vezes de forma voluntária para prestar esclarecimentos.
Dilma Rousseff e Lula da Silva foram acusados por Delcídio Amaral — que era o representante do Governo no Senado e no Congresso e que fez um acordo com a polícia — de interferência na Lava Jato, a operação do Ministério Público e da Polícia Federal que expôs o esquema na petrolífera estatal. A Presidente denunciou a fuga de informação que fez chegar as declarações de Amaral à imprensa e disse que este agira por "vingança".
Depois de Lula ter sido ouvido, o Ministério Público divulgou que Lula foi "um dos principais beneficiários" da corrupção na Petrobras. O ex-Presidente contra-atacou, pedindo aos seus apoiantes para saírem à rua em sua defesa e do PT. "Se eles querem vencer, têm que me enfrentar nas ruas deste país", disse Lula, que na sexta-feira à noite saiu do apartamento em São Bernardo para falar com os apoiantes. "Eu sobrevivi à fome, e quem sobrevive à fome nunca é derrotado", disse, citado pela AFP.
Já neste sábado, pelas nove horas, a polícia fechou uma das vias da avenida onde Lula mora, preparando o local para a manifestação de apoio. Foi pendurada uma faixa a dizer "Lula o mais honesto e honrado deste país" e os manifestantes cantaram "Lula, guerreiro do povo brasileiro" e "Lula meu amigo, mexeu com ele, mexeu comigo". Quando Dilma chegou, relata O Globo, gritaram ainda que não iriam permitir "o golpe" — a oposição tenta, há meses, dar início a um processo de destituição da Presidente no Congresso.