Guterres ouvido na ONU em Abril
Presidente da Assembleia-Geral tomou a iniciativa de encontros de duas horas com os candidatos a secretário-geral.
Na segunda semana de Abril, entre 12 e 14, António Guterres vai estar na sede das Nações unidas, em Nova Iorque, onde vai ser ouvido sobre a sua candidatura a secretário-geral da ONU por Mogens Lykketoft, presidente da Assembleia-Geral da organização.
Foi na passada semana, que Lykketoft anunciou estas reuniões – encontros de duas horas – com os candidatos cuja candidatura já tinha sido formalizada. Como era o caso de Srgian Kerim, da Sérvia, da búlgara Irina Bokova, de Danilo Turk, da Eslovénia, da moldava Natalia Gherman, de Igor Luksic, de Montenegro, e da croata Vesna Pusic.
Com a formalização pelo Governo português, esta segunda-feira, da candidatura de Guterres, o antigo primeiro-ministro e até Dezembro passado Alto-Comissário para os Refugiados, também será naturalmente ouvido.
“Penso que esta é uma mudança histórica na forma como o secretário-geral é escolhido”, disse Mogens Lykketoft. “O diálogo informal e a reunião serão tão abertos e transparentes quanto possível”, assegurou. Em carta enviada a todos os Estados membros, Lykketoft informou-os da sua decisão e sintetizou o objectivo da sua iniciativa com a mobilização do interesse da opinião pública e da sociedade civil.
Nesta segunda-feira, o gabinete de António Costa divulgou ter sido formalizada a candidatura de António Guterres através de uma carta do primeiro-ministro português aos presidentes da Assembleia-Geral e do Conselho de Segurança das Nações Unidas.
O comunicado divulgado por São Bento assinala o amplo consenso interno suscitado pela candidatura de Guterres e assinala que o objectivo de Portugal é contribuir de forma activa para o processo de selecção do próximo secretário-geral da ONU, “apresentando um candidato excepcionalmente qualificado para o desempenho daquele lugar”.
O compromisso com os ideais humanistas consagrados nos objectivos e princípios da Carta das Nações Unidas de António Guterres foi destacado pelo executivo. Do mesmo modo, foi referida a sua capacidade de liderança e gestão. “São amplamente reconhecidas as suas competências diplomáticas, essenciais para gerar consensos ao serviço de um multilateralismo efectivo”, refere o executivo.
“Por todas estas razões, a candidatura [de Guterres] é para o Governo português um imperativo”, conclui o comunicado.