China reage (mais uma vez) para não deixar a economia arrefecer

É a quinta vez no período de um ano que o banco central chinês reduz o rácio das reservas obrigatórias dos bancos.

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O ritmo de crescimento da China deverá baixar este ano para 6,3%, prevê o FMI KIM KYUNG-HOON/Reuters

O banco central da China voltou a injectar mais liquidez no sistema financeiro para contrariar o arrefecimento da economia do país, ao reduzir nesta segunda-feira o rácio das reservas obrigatórias dos bancos junto da autoridade de política monetária do país.

Com o rebalanceamento entre a procura interna e a procura externa na economia chinesa, o abrandamento veio adensar a percepção de risco em relação aos efeitos desse arrefecimento na economia global, riscos que não passaram ao lado da reunião dos ministros das Finanças do G20, no fim-de-semana, em Xangai.

É a quinta vez no período de um ano que o banco central corta o rácio dos depósitos obrigatórios que a banca tem armazenados junto do banco central.

Ao baixar a taxa, o banco central procura dar mais um impulso à economia real, incentivando os bancos a concederem mais financiamento junto das empresas e particulares. A última vez que o banco central tinha reduzido o rácio foi em Outubro. Agora, o vlaor foi reduzida em 50 pontos base, passando a ser de 17% para os grandes bancos.

A reacção de Pequim surge num quadro de arrefecimento da economia chinesa, que em 2015 apresentou o nível de crescimento mais lento em 25 anos (6,9%). Para este ano, a previsão do FMI é que cresça menos, a um ritmo de 6,3%.

A preocupação com o abrandamento das economias ficou patente na reunião dos ministros das Finanças do G20 em Xangai, onde apelaram a uma política monetária orientada para o crescimento da procura global. Só ao fim da manhã se ficou a saber da redução do rácio das reservas. Antes, as expectativas dos investidores estavam em alta, mas como da reunião do G20 não saiu nenhum programa de estímulo à economia, a reacção dos mercados na China tinha sido negativa, com a praça de Xangai a recuar 2,86%.

O anúncio do banco central chinês, de estímulo à concessão de crédito, foi interpretado por analistas como um sinal de que Pequim está comprometido com o objectivo de contrariar o arrefecimento da economia, num contexto de incerteza e percepção de risco nos mercados internacionais depois da turbulência sentida no Verão e já no início deste ano nas bolsas chinesas.

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