Aviões de guerra dos Estados Unidos bombardearam um suposto campo do autodesignado Estado Islâmico (EI) na cidade líbia de Sabratha. 41 pessoas foram mortas e 6 ficaram feridas, segundo declarações do governador da cidade, Hussein al-Thwadi, à Reuters. Este foi o segundo bombardeamento em três meses por parte dos Estados Unidos contra posições do EI na Líbia, onde militantes islamitas têm explorado o caos deixado depois da queda de Muammar Khadafi em 2011.

A cidade de Sabratha fica junto à fronteira da Líbia com a Tunísia, uma das zonas utilizadas pelos militantes do autodesignado EI no processo de expansão no Norte de África. Nas últimas semanas, chefes militares do EI têm sido enviados para Sirte, um porto de abrigo para jihadistas.

Os raides aéreos atingiram uma habitação numa zona residencial do distrito, segundo um comunicado das autoridades locais. A casa tinha sido arrendada a estrangeiros, incluindo tunisinos suspeitos de pertencerem ao autodesignado EI. Armas de médio calibre como metralhadoras e granadas foram encontradas entre os destroços, segundo o mesmo comunicado.

Entre os presumíveis membros do EI que morreram na sequência do ataque estará Noureddine Chouchane, um tunisino acusado pelo seu país de ser responsável pelos dois atentados na Tunísia do último ano ao museu Bardo em Tunis e a um resort turístico em Sousse.

“A remoção de Chouchane vai eliminar um facilitador experiente e espera-se que tenha um impacto imediato sobre a capacidade do ISIL [uma das siglas usadas para referir o autodesignado EI] em facilitar as suas actividades na Líbia, incluindo o recrutamento de novos membros, o estabelecimento de novas bases na Líbia e o planeamento de potenciais ataques externos contra os interesses norte-americanos na região”, segundo declarações do Pentágono à Reuters.

Desde que há cinco anos Khadafi foi derrubado do poder por forças rebeldes apoiadas pelos ataques aéreos da NATO que a Líbia mergulhou ainda mais no caos, existindo no país dois governos e dois parlamentos rivais – um sediado em Trípoli e outro no Leste do país.

O EI tem aproveitado esta situação caótica para se expandir e alargar a sua influência na região, tendo na cidade natal de Khadafi, Sirte, o seu reduto militar mais importante fora da Síria e do Iraque.

Texto editado por Joana Amado