Estacionar no Porto vai ser diferente a partir de 1 de Março

Ao obrigar a inserir a matrícula nos novos parquímetros, fica mais fácil apanhar os incumpridores.

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Os novos parquímetros Martin Henrik

A partir de 1 de Março, estacionar no Porto em lugares com parquímetros vai ser uma experiência diferente para os utilizadores. As novas máquinas que estão a ser instaladas pelo consórcio que ficou com a concessão do estacionamento pago à superfície, a E Porto, obrigam à inserção da matrícula. E, se preferir, pode fazer tudo pelo telemóvel. Uma inovação tecnológica que facilita o controlo e que será acompanhada, em caso de incumprimento, de uma medida de soft enforcement antes da multa.

Paulo Nabais, da administração do consórcio, explicou, em conferência de imprensa, esta terça-feira, nos Paços do Concelho, que isto quer dizer que, caso seja apanhado em incumprimento, o condutor irá receber em casa "um aviso de pagamento", correspondente ao valor máximo que pagaria se deixasse o carro estacionado naquele local durante 24 horas, subtraído do valor já pago. Ou seja, se pagar uma hora de estacionamento mas deixar o carro mais tempo estacionado num lugar cobrado à taxa de um euro por hora, e for apanhado, poderá receber em casa um convite para pagar 23 euros (o equivalente a 24 horas menos o euro que já pagara), muito menos do que uma multa normal. Caso não pague aquele valor, o passo seguinte será mesmo a multa, passada pela Policia Municipal, num trabalho de articulação com a E Porto.

Polícia Municipal e fiscais da E Porto (20, para já, nesta fase de arranque) vão, aliás, trabalhar em articulação, já que, por enquanto, ainda não foi publicado o diploma legislativo que permitirá às concessionárias autuarem os incumpridores. Sempre que for preciso aplicar uma multa, será a Polícia Municipal a fazê-lo. A informação sobre os infractores chegará de forma muito mais eficiente a esta polícia, fruto da obrigatoriedade de inserção da matrícula. Esta novidade também permite ao condutor que, caso utilize as máquinas, se limite a guardar o talão emitido, não sendo necessário colocá-lo no vidro do carro. Na eventualidade de descarregar a aplicação para realizar toda a aplicação pelo telefone, a Telpark, nem sequer precisa de se dirigir a um dos novos 362 parquímetros (eram 353), tratando de tudo pelo telemóvel.

A obrigatoriedade de a E Porto fazer crescer o número de lugares pagos no centro da cidade, dos actuais cerca de 4200 para os 6000, no prazo de um ano após o início da operação, já começou a ser posta em prática, ainda que de forma muito pouco visível, garantiu a vereadora da Mobilidade, Cristina Pimentel. “Neste momento a diferença para os locais que já existiam será de mais 150 lugares pagos”, disse, explicando que estes novos lugares não estão ligados à inserção de novas zonas taxadas, mas de um trabalho de “fecho de malha” feito em conjunto entre a autarquia e o consórcio. “Havia ruas, como Miguel Bombarda, por exemplo, que só tinham estacionamento pago numa parte e isso não fazia sentido”, disse. Artérias que foram intervencionadas nos últimos anos – como a Rua Adolfo Casais Monteiro ou a Avenida da Boavista – e que não tinham parquímetros também já têm agora estacionamento pago.

Nesta fase que irá arrancar a 1 de Março, os parquímetros ainda não vão avançar para fora da zona central, para as chamadas áreas residenciais, mas esse deverá ser o próximo passo. O presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, garantiu mesmo que aos serviços da autarquia já chegaram “pedidos” de moradores da zona de Bessa Leite e das ruas de Venezuela e da Argentina para que sejam ali instalados parquímetros “para que os moradores possam aceder aos lugares que estão sempre ocupados por outras pessoas”, disse. Essas poderão ser, por isso, as primeiras zonas até agora livres de parquímetros a recebê-los em breve.

Rui Moreira salientou “o bom negócio” feito pela câmara, não só pelos oito milhões de euros que a autarquia recebe no início da concessão, mas porque o novo sistema permitirá disciplinar o estacionamento à superfície. “O sistema tinha atingido mais ou menos uma situação de ruptura e neste momento só cerca de 14% do estacionamento é que era pago. Os equipamentos que tínhamos eram obsoletos, muito frequentemente vandalizado, e o município não tinha recursos para a sua substituição”, disse.

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