Quincy Jones vai aos Óscares, mas só se o deixarem falar da falta de diversidade dos prémios

Produtor musical será um dos apresentadores na cerimónia deste ano dos prémios da Academia de Hollywood.

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Quincy Jones, 82 anos, junta-se à campanha pela diversidade nos Óscares aceitando ser apresentador na cerimónia Jean-Philippe Ksiazek/AFP

Quincy Jones disse que sim, mas aparentemente só para poder falar sobre a falta de diversidade racial entre os nomeados da edição de 2016 dos prémios da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas. O músico, compositor e produtor estará entre os apresentadores da cerimónia dos Óscares deste ano, ao lado da estrela de Django Libertado Kerry Washington, do cantor Pharrell Williams e de actores como Whoopi Goldberg, Byung-hun Lee ou Benicio del Toro.

Quincy Jones garantira já que, se fosse convidado, usaria a oportunidade – e o tempo de antena – para se insurgir contra a falta de representatividade racial entre os nomeados pela Academia, tornando público uma espécie de ultimato: “Eles chamaram-me para apresentar”, disse o músico de 82 anos, aqui citado pelo diário britânico The Guardian, “quando regressar [ a Los Angeles, onde se realiza a cerimónia], vou pedir[-lhes] que me deixem falar cinco minutos sobre a falta de diversidade. Se não [permitirem], não vou [apresentar].”

Esta parece ser a maneira que Quincy Jones encontrou para participar, de forma activa, na campanha em curso contra o facto de os prémios da academia de Hollywood parecerem cada vez mais um exclusivo de brancos. Uma campanha que envolve já um apelo ao boicote à cerimónia de 2016, encabeçada por estrelas afro-americanas ligadas à indústria do cinema e da música, como o realizador Spike Lee, o rapper Tyrese Gibson e os actores Jada Pinkett Smith e Will Smith.

Pelo segundo ano consecutivo, lembra ainda o Guardian, os votantes da Academia decidiram não nomear um actor negro ou de qualquer outra minoria étnica para a corrida aos Óscares, gerando uma onda de protestos. Na resposta às críticas, a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas anunciou já uma estratégia para promover a mudança. Como linha prioritária, a instituição pretende duplicar até 2020 o número de mulheres e de pessoas pertencentes a minorias com possibilidade de voto nos galardões mais conhecidos do cinema.

A 88.ª cerimónia de entrega dos Óscares acontecerá a 28 de Fevereiro, no Dolby Theatre de Los Angeles.

 

 

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