Contrato da Metro do Porto pode não ser revertido

Nova administração da empresa foi votada hoje por unanimidade em assembleia geral. Órgãos sociais da STCP também já estão recompostos.

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Subconcessão da Metro do Porto foi entregue por ajuste directo à Transdev Nelson Garrido

A assembleia geral da Metro do Porto aprovou esta segunda-feira, por unanimidade, a composição dos novos órgãos sociais que vão gerir os destinos da empresa durante o próximo triénio. E um dos primeiros actos de gestão relevantes que foi pedido ao novo presidente, Jorge Moreno Delgado (que integrava a administração durante a presidência de Ricardo Fonseca), regressado, é executar a decisão que já está tomada entre os accionistas: a empresa é pública, a operação vai manter-se subconcessionada, e, muito provavelmente, entregue ao operador que venceu o concurso de ajuste directo lançado por Sérgio Monteiro, ex-secretário de Estado dos Transportes do Governo de Passos.

Quem o admitiu foi o autarca de Gondomar, Marco Martins, que é também administrador não executivo da Metro do Porto. “Terá de se decidir se é melhor lançar um novo concurso, ou se a operação pode ser adjudicada a quem ganhou”, explicou.

A Metro do Porto está actualmente a ser operada por um consórcio liderado pela Barraqueiro, naquela que já é a quarta prorrogação do contrato inicial de concessão e que termina no próximo dia 31 de Março. Depois de ter anulado um primeiro concurso, o anterior secretário de Estado dos Transportes lançou um procedimento por ajuste directo, que acabou por ser ganho pela Transdev, também ela uma empresa conhecida da casa, pois integrou o consórcio construtor, Normetro, e a primeira a fazer a operação.

Hermínio Loureiro, presidente do Conselho Metropolitano do Porto, órgão que representa as autarquias e que é accionista minoritário na empresa, foi bem mais cauteloso em tentar adivinhar qual será a solução, dizendo que o Governo ainda está dentro do prazo temporal que pediu para rever o dossier. “O ministro da tutela solicitou alguns dias para que possa apresentar uma solução. E, perante uma solução concreta, e objectiva, depois de ela apresentada, vamo-nos pronunciar”, afirmou o também autarca de Oliveira de Azeméis, garantindo apenas que existe da parte dos municípios “uma total disponibilidade para fazer parte da solução". “É muito mais o que nos une do que o que nos divide. O que é preciso são meios financeiros para concretizar objectivos que são comuns e que é a expansão da rede e o crescimento que é desejado.”

Também Valentim Loureiro, que se despediu esta segunda-feira do lugar de presidente da assembleia geral, limitou-se a defender que não valia a pena mexer em algo que sempre funcionou. Afirmou levar uma única mágoa dos mais de 15 anos que passou na empresa: a não concretização da expansão da rede, que não foi feita na altura em que havia dinheiro. “Quer dizer, dinheiro nunca houve, mas havia crédito”, recordou o major.

Valentim Loureiro cede o lugar de presidente da assembleia geral ao presidente da Câmara de Matosinhos, Guilherme Pinto, tendo como vice-presidente o economista Alberto Castro e como secretário o advogado Miguel Osório de Castro.

Sob presidência de Jorge Moreno Delgado integram o novo conselho de administração Pedro Azeredo Lopes, que foi administrador da Efacec, e Tiago Braga, que deixa a administração da Águas de Gaia, ambos indicados pelo Governo. Os três administradores não executivos indicados pelas autarquias continuam a ser Gonçalo Gonçalves, Marco Martins e António Silva Tiago.

Administração da STCP “emagrece” 
Jorge Moreno Delgado vai acumular a presidência executiva da Metro do Porto com a presidência não executiva da STCP.  O conselho de administração vai passar de quatro para três lugares, tendo a tutela convidado Pedro Morais, um economista especialista em bilhética e que é quadro da TIP – Transportes Intermodais do Porto, e ainda Sofia Salgado, especialista em gestão de operações na Universidade Católica.

 

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