Museu do Design e da Moda encerra para obras em Julho mas mantém programação
O edifício será alvo de obras no início do segundo semestre do ano, mas o museu vai continuar activo.
O edifício do Museu do Design e da Moda (MUDE), em Lisboa, vai fechar em Julho deste ano para obras, mas a programação irá continuar, noutro espaço da capital, disse à agência Lusa a directora daquela entidade, Bárbara Coutinho.
Instalado na Baixa de Lisboa desde 2009, no antigo edifício do Banco Nacional Ultramarino (BNU), o MUDE aguarda obras de reabilitação desde essa altura, e o concurso público foi lançado no ano passado, com um valor base de nove milhões de euros.
De acordo com dados do MUDE, o museu recebeu 270 mil visitantes, em sete exposições realizadas em 2015 - mais dez mil visitas do que no ano anterior -, e as entradas continuam a ser gratuitas desde a inauguração, em Maio de 2009.
"O MUDE não vai fechar. O edifício será alvo de obras no início do segundo semestre do ano, mas o museu vai continuar activo, com a programação", disse à Lusa Bárbara Coutinho, referindo-se, nomeadamente, à exposição sobre a relação entre o design e as artes, que deverá inaugurar em Maio, em Lisboa, e no MACE - Museu de Arte Contemporânea de Elvas.
O polo expositivo em Lisboa ficará num espaço que o MUDE irá divulgar em breve.
As obras para a reabilitação integral do edifício em Lisboa - que ocupa o quarteirão definido pela rua Augusta 24-32, rua da Prata 23-43, rua de São Julião 79-111 e rua do Comércio 66-10 - "cumprem mais um passo importante da consolidação do projecto do MUDE na capital", comentou a directora.
Em 2013, o museu inaugurou a primeira exposição antológica de um designer português de moda, Felipe Oliveira Baptista - director criativo da marca Lacoste - com 130 peças, e, nos anos seguintes, foram alvo de retrospectivas, estilistas, designers e artistas plásticos, como André Saraiva, António Lagarto e Eduardo Afonso Dias.
Num cenário original de paredes descarnadas do antigo edifício do BNU, o museu tem apresentado uma programação constante, com exposições de moda e design, conferências, conversas e lançamentos de publicações destas áreas.
O MUDE possui um espaço de 15 mil metros quadrados em sete pisos - cinco usados em exposições - e abriu com um acervo com cerca de mil peças de design de equipamento, e mais de 1.200 de moda, adquiridas pela Câmara Municipal de Lisboa, em 2002, ao coleccionador Francisco Capelo.
Desde a inauguração, o acervo foi crescendo, recebendo várias colecções de designers portugueses de relevo, entre elas de Eduardo Afonso Dias, Daciano da Costa e António Garcia, entre outras doações.