Mais de 700 pessoas concorreram a 30 casas da Câmara de Lisboa
A vereadora da Habitação está a estudar a introdução de um tecto máximo para as rendas cobradas aos inquilinos do Programa Renda Convencionada
As 30 casas que a Câmara de Lisboa levou a concurso na 9.ª edição do Programa Renda Convencionada, por valores entre os 170 e os 539 euros, estão a ser disputadas por mais de 700 candidatos. O sorteio que ditará a quem serão atribuídos os fogos realiza-se na próxima terça-feira.
Ao município chegaram, entre os dias 16 de Novembro e 15 de Janeiro, 3889 candidaturas às três dezenas de habitações a concurso. Como adiantou ao PÚBLICO a vereadora de Habitação, estão em causa 731 candidatos, uma vez que vários deles concorreram a mais do que um fogo.
Lembrando que esta foi a edição do Programa Renda Convencionada que mais casas permitiu colocar no mercado, Paula Marques nota que se continua a verificar a “tendência” de “crescimento” do número de interessados que se vinha observando nas edições anteriores. Na 8.ª edição, que decorreu entre Agosto e Outubro de 2015, tinham sido recebidas 1256 candidaturas para um total de 13 habitações.
Em relação ao “perfil dos candidatos”, a vereadora da Habitação explica que ele se tem mantido desde o arranque deste programa camarário. Segundo Paula Marques, 60% dos concorrentes desta edição têm até 35 anos e 54% já vivem em Lisboa. “São pessoas que querem autonomizar-se e que não conseguem encontrar resposta no mercado privado de habitação”, diz.
A autarca acrescenta que ficou também patente que “as pessoas querem mesmo viver no centro da cidade”, conclusão a que chegou pelo facto de as habitações que mais procura tiveram terem sido aquelas que se localizam junto ao Martim Moniz, nas Escadinhas da Saúde.
Quanto aos rendimentos, verifica-se que 35% dos candidatos são “de classe média-baixa”, auferindo rendimentos brutos mensais entre os 500 e os mil euros. “Para nós isto é importante”, diz a vereadora dos Cidadãos Por Lisboa, sublinhando que há vários concorrentes “com rendimentos inferiores ao salário mínimo nacional”.
A autarca adianta que a próxima edição do Programa Renda Convencionada está já em preparação, estimando-se que possa ser lançada no final de Fevereiro ou no início de Março. Paula Marques diz que a única alteração que está a ser equacionada é a introdução de “um valor tampão”, de um tecto máximo para as rendas fixadas. A ideia, explica, é “sem desvirtuar o programa encontrar-se uma forma justa de os valores mais altos serem reduzidos”.