Estado falha venda do BPN Brasil

Negócio não teve luz verde do Banco Central do Brasil.

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Daniel Rocha

A Parparticipadas, veículo criado pelo Estado para gerir os activos menos viáveis que estavam no BPN, informou esta tarde que não conseguiu concretizar a venda do BPN Brasil, "por não ter sido obtida a respectiva autorização por parte do Banco Central do Brasil".

A venda, que tinha como comprador o BIC Angola (que ganhou a privatização do BPN), tinha sido anunciada em Setembro de 2013, mas nunca foi formalmente concretizada.

Em Setembro do ano passado, conforme noticiou então o PÚBLICO, tinha sido falhado um novo prazo. 

O prazo contratual inicial, assinado entre a Parvalorem (criada no âmbito da Parparticipadas) tinha a duração inicial de um ano e meio. No entanto, a ausência de luz verde por parte do Banco Central do Brasil obrigou a um alargamento do prazo por meio ano, que expirou em Setembro de 2015, novamente por “atrasos na concessão do visto” por parte do regulador brasileiro, conforme afirmou então fonte oficial da Parvalorem. Até aqui, a empresa mostrava-se esperançada na concretização da operação. No comunicado divulgado esta sexta-feira, a Parvalorem não dá qualquer explicação para o chumbo do banco central brasileiro ao negócio. Agora, será preciso iniciar do zero a venda da instituição que o BPN detinha no Brasil.

Quando foi anunciado o negócio da venda do BPN Brasil ao BIC Angola (detido por Isabel dos Santos e Fernando Teles), este envolvia o pagamento de 12,2 milhões de euros (40 milhões de reais). Uma pequena fatia cabia ao angolano BAI, parceiro do BPN no mercado brasileiro e que também se assumiu como vendedor.

Depois de já ter descido a sua posição na instituição localizada em São Paulo, o BAI ficou ainda com 3,2% do banco, que tem apresentado vários exercícios com prejuízo. Em Setembro de 2013, o BAI recebeu 50% do valor a que tinha direito, ficando a outra metade dependente da efectivação da venda.

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