PSD desafia Governo a avançar com moção de confiança

Costa diz que não precisa porque tem confiança e “suporte maioritário no Parlamento”.

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Luís Montenegro Miguel Manso
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Passos Coelho deixou que a primeira intervenção do PSD fosse de Luís Montenegro Miguel Manso

Com Passos Coelho ao lado, em silêncio, o líder da bancada do PSD, Luís Montenegro, interpelou o primeiro-ministro, António Costa, e desafiou-o a apresentar uma moção de confiança, depois de insistir na “ilegitimidade política” do executivo socialista. Passos e Paulo Portas escolheram ceder à palavra aos seus líderes parlamentares para os primeiros duelos com o chefe do Governo, depois de terem ouvido atentamente o discurso de Costa e de no fim terem trocado olhares e sorrisos. 

Luís Montenegro começou por recordar que já é a terceira vez que António Costa faz parte de um governo. O primeiro de António Guterres – que “deixou o país num pântano” – o segundo no de José Sócrates onde “contribuiu para deixar o país na pré-bancarrota” – e agora em 2015 depois de ter “perdido categoricamente as eleições”. Argumentando que os socialistas estão “diminuídos na autoridade política e feridos de morte na legitimidade política”, o líder da bancada social-democrata voltou aos resultados das legislativas. “O povo não o escolheu para ser primeiro-ministro, o povo não escolheu o programa do PS e muito menos o programa do BE e PCP para ser a base da política”, disse, acrescentando que o programa de Costa foi viabilizado pela “votação cúmplice dos deputados eleitos que perderam as eleições”. “Com uma agravante: fizeram isto um pouco às escondidas e congeminaram isto antes das eleições”, disse.

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Reconhecendo que a moção de rejeição está condenada a ser chumbada, Luís Montenegro instou António Costa a pôr o Governo à prova de uma moção de confiança. “É que não aprovar uma moção de rejeição é diferente de aprovar uma moção de confiança. O senhor e o PS perderam as legislativas, entenderam-se bilateralmnete, instados pelo PR a esclarecer os entendimentos responderam com secretismo”, justificou. A resposta veio assim que António Costa abriu o microfone. “Só precisa de confiança quem não tem confiança. E este -  lamento desidudi-lo  - é um Governo que se apresenta com confiança, num suporte maioritário no Parlamento”, disse, suscitando palmas do PS mas não das restantes bancadas à esquerda.

Costa voltou a justificar a solução do Governo. “A democracia assenta em regras: a primeira é [ganhar as eleições, ouviu-se num àparte na bancada social-democrata”] a igualdade do voto”, disse, lembrando que os 230 deputados foram eleitos. “Pode achar estranho, as bancadas do PSD e do CDS não são maioritárias nesta câmara, não são no país”, acrescentou. Por outro lado, o primeiro-ministro apontou o dedo a Passos Coelho por ter “falhado” na busca de um entendimento com o PS. Já à esquerda, Costa vê o entendimento como o fim de um tabu. “Estas bancadas não se limitaram a ser do contra, a ser uma maioria negativa, encontraram também essa solução de encontrar um Governo alternativo”, sublinhou, considerando que o entendimento é uma “novidade”. Esse tabu existia “há muitos anos”. E rematou: “Porventura confiaram nesse tabu e confiaram na sorte”. 

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