Luís Montenegro apela ao sentido de responsabilidade do PS
Líderes das bancadas do PSD e do CDS reeleitos com votação expressiva.
O líder da bancada do PSD voltou a advertir para o risco de se deitar a perder os sacrifícios feitos pelos portugueses nos últimos anos e apelou ao sentido de responsabilidade do PS.
Luís Montenegro falava aos jornalistas após uma reunião da bancada e enquanto decorria a votação para a eleição da direcção. A proposta liderada pelo actual presidente obteve 87 votos a favor e dois brancos, num universo de 89 votantes.
Dias antes de o programa de governo ser apreciado na Assembleia da República e sob a ameaça de chumbo por parte das bancadas do PS, BE e PCP, o líder da bancada do PSD alertou para as consequências da aliança à esquerda. “O PS é um partido que partilha connosco um caminho de afirmação na Europa, com respeito pelos compromissos e tratados europeus. O PS pode muito bem olhar para estas previsões da Comissão Europeia e interrogar-se se o que tem andado a fazer nos últimos dias vai ou não reflectir-se positivamente ou negativamente na vida das pessoas", afirmou.
Luís Montenegro reiterou que o vencedor das legislativas foi a coligação Portugal à Frente. “É inequívoco que as pessoas não quiseram o PS a liderar um governo e António Costa como primeiro-ministro. Além disso, qualquer solução governativa que coloque em causa os objectivos orçamentais, o cumprimento dos compromissos europeus, é evidente que traria uma instabilidade económica e financeira, deitando por terra todo o esforço já feito”, afirmou.
Quanto ao pacote de medidas como a manutenção da sobretaxa e os cortes nos salários dos funcionários públicos para 2016, que o Conselho de Ministros está a aprovar, o líder da bancada social-democrata salientou que não se trata de “mais austeridade”, mas sim de pôr em prática compromissos que já estavam assumidos pela coligação. Montenegro respondia à dúvida suscitada pela oposição sobre se um governo, que ainda não está em plenitude de funções, pode aprovar medidas desta natureza. “Se pode aprovar medidas que acautelem a vida das pessoas e cumprem obrigações internacionais, digo-lhe que sim”, afirmou, lembrando depois que o Governo propõe mas a decisão é do Parlamento. O debate e a votação desse pacote foram agendados para 20 de Novembro.
Na bancada do CDS, os 18 deputados reelegeram por unanimidade Nuno Magalhães como líder. A restante direcção só será conhecida mais tarde. No PSD, os vice-presidentes eleitos são Miguel Morgado, assessor político de Passos Coelho no anterior Governo, Berta Cabral, ex-secretária de Estado da Defesa e também eleita deputada pela primeira vez, e António Leitão Amaro, que foi secretário de Estado no anterior Governo. Fazem parte da direcção pela primeira vez os deputados Sérgio Azevedo e Sara Madruga Costa (eleita pela Madeira). Com 12 elementos, a direcção da bancada manteve na vice-presidência Hugo Soares, Carlos Abreu Amorim, Miguel Santos, Amadeu Albergaria, Adão Silva e Luís Leite Ramos.