A quarta etapa da campanha europeia do Benfica traz a Lisboa o Galatasaray, o mesmo adversário que impôs à equipa de Rui Vitória a primeira derrota na fase de grupos da Liga dos Campeões. Após um bom arranque, os “encarnados” acabariam batidos em Istambul (2-1), na jornada anterior do Grupo C. Duas semanas depois, têm uma oportunidade de “vingar” essa derrota para, como o treinador do Benfica confessou, “repor a verdade” no duelo particular com os turcos.

Mas não é apenas por causa desse resultado que esta noite, na Luz (19h45, RTP1), vai procurar-se a desforra. Embora o Benfica tenha um historial largamente favorável quando recebe adversários turcos (quatro vitórias e uma derrota), foi precisamente contra o Galatasaray que, há sete anos, se registou esse único desaire. Em 2008-09, na fase de grupos da Taça UEFA (antecessora da Liga Europa), os “encarnados” eram orientados por Quique Flores e perderam na Luz por 0-2. Seria mais um capítulo de uma participação desastrosa, que terminou com o Benfica em último lugar, com apenas um ponto somado, num grupo que incluía ainda Metalist Kharkiv, Olympiacos e Hertha Berlim.

Luisão, o único “sobrevivente” dessa noite de Novembro de 2008 no actual plantel, recomendou cautela: “O Galatasaray é uma equipa muito aguerrida e que sabe o quer, mas nós também nos preparámos com uma ambição grande para este jogo”, frisou o capitão dos “encarnados”, na antevisão da partida.

“[O Galatasaray] vai ser uma equipa que nos vai causar muitas dificuldades, recheada de bons valores, que tem somado resultados positivos nos últimos tempos e que também está habituada a este tipo de competições. Mas também sabemos o nosso valor e a experiência que temos. Estamos a jogar na nossa casa e vamos entrar com a determinação de querer ganhar e repor um pouco a verdade do jogo, pois fizemos uma boa exibição na Turquia. Temos que dar corpo ao bom desempenho que temos feito na Liga dos Campeões”, corroborou o treinador do Benfica, Rui Vitória.

A equipa da Luz vai entrar em campo já a saber qual o resultado do Atlético de Madrid, que tem os mesmos pontos do que o Benfica. Os colchoneros visitam o Astana no outro encontro do Grupo C, que começa às 15h. Mas Rui Vitória não vê nisso uma vantagem: “Este grupo vai ser disputado até ao final. Temos a convicção de que podemos dar um passo importante, apesar de defrontarmos um adversário difícil.”

A partida diante do Galatasaray será também importante tendo em conta o que virá a seguir para o Benfica. O mês de Novembro contempla compromissos importantes para os “encarnados” nas diversas frentes. Após a recepção aos turcos, a equipa de Rui Vitória volta a jogar em casa, contra o Boavista, na 10.ª jornada da I Liga. Segue-se a paragem competitiva para os jogos da selecção nacional, mas depois disso o Benfica terá agenda preenchida. No período de nove dias, vai disputar três jogos fulcrais, todos fora: Sporting (na quarta eliminatória da Taça de Portugal), Astana (após viagem de mais de 6000 quilómetros, na quinta jornada da fase de grupos da Champions) e Sp. Braga (para a 11.ª jornada do campeonato).

Após ter encerrado, na recepção ao Benfica, um período de quase dois anos (dez jogos) sem vitórias na principal competição europeia de clubes, o Galatasaray tentará na Luz quebrar outra série negativa. Desde Março de 2013 que os turcos não ganham na Liga dos Campeões, enquanto visitantes. O registo, desde então, é de dois empates e sete derrotas. A partida é de vida ou morte, admitiu o treinador do Galatasaray, Hamza Hamzaoglu: “Se não conseguirmos pelo menos um ponto, o Benfica pode considerar-se apurado [para os oitavos-de-final], por isso vamos procurar um resultado que nos mantenha na luta”. “O Benfica tem jogadores individualmente muito fortes, principalmente no ataque, mas também vejo algumas fragilidades na defesa”, acrescentou.