Presidente do PPE diz que Portugal começa a parecer a Grécia

Joseph Daul avisa para riscos dos "jogos" políticos à esquerda.

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O presidente do Partido Popular Europeu (PPE), Joseph Daul, alertou esta quarta-feira que a situação em Portugal poderá vir a ter contornos semelhantes aos da Grécia.

Daul referiu, numa conferência de imprensa em Madrid, onde começa esta quarta-feira o congresso do PPE, que os meses que a Grécia gastou em negociações entre o seu governo de esquerda radical e os credores levaram a que lhe fosse pedidos esforços extras. Tal pode acontecer em Portugal com os "jogos" políticos à esquerda.

"Acho que é preciso alertar os cidadãos para o golpe que podem ter, se perdermos cinco ou seis meses comparativamente à Grécia," disse Daul.

Daul adiantou que, num futuro próximo, os esforços pedidos ao povo português para voltar à normalidade poderão ser ainda maiores do que foi pedido até agora.

Os comentários do presidente do grupo de centro-direita europeu acontecem, ao mesmo tempo que o secretário geral do PCP, Jerónimo de Sousa, confirma que não deixará passar um programa de governo de coligação de direita e que um governo socialista pode ter uma "acção duradoura e estável".

Em Madrid, também o secretário-geral do PPE, Antonio Lopez-Isturiz, alertou para o impacto que um governo de esquerda pode vir a ter na opinião dos investidores, que são fonte de criação de emprego e trabalho. "Podem imaginar como reagiriam a isto (coligação à esquerda) os investidores que agoram confiam em Portugal e Espanha," disse o espanhol Antonio Lopez-Isturiz.

O membro do Partido Popular espanhol, que enfrenta eleições em Dezembro, acrescentou que Espanha deve tomar nota do que se passa em Portugal, pois também, em breve, Madrid poderá ver as mesmas discussões à esquerda.

"Se ocorrer isto (coligação à esquerda), será um mau sinal e que tomem nota sobretudo em Espanha da tentação de termos este tipo de coligações," disse Lopez-Isturiz numa conferência de imprensa.

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