PS poderá não apoiar nenhum candidato presidencial

Os próximos dias serão decisivos para avaliar se as duas candidaturas anunciadas - Sampaio da Nóvoa e Maria de Belém - se mantêm em jogo.

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Sampaio da Nóvoa e Ramalho Eanes Miguel Manso

A "questão presidencial" é apenas uma das três que António Costa tem de resolver, "o mais depressa possível", sublinha um membro do secretariado nacional. As outras duas são a questão interna - "o congresso e a relegitimação da liderança" - e o papel de charneira no Parlamento, com a definição dos termos de um "diálogo à esquerda" e da "relação com o Governo".

Dentro do partido existe a convicção de que "o resultado do PS tornou difícil o apoio a Sampaio da Nóvoa". Isso não significa, contudo, que possa surgir um apoio declarado a outra candidatura: "Seria estranho apoiar Maria de Belém tendo do outro lado [a apoiar Nóvoa] figuras como Mário Soares e Jorge Sampaio", avalia a mesma fonte. Por isso, adianta um dirigente nacional próximo de Costa, "se se mantiverem as duas candidaturas, o mais provável é não haver apoio a nenhuma", na primeira volta das Presidenciais de Janeiro.

Mais concretamente: nenhum apoio oficial, porque individualmente, já vários destacados militantes e dirigentes socialistas fizeram questão de mostrar de que lado estão nesta campanha que se avizinha.

Com a ex-Presidente do PS encontra-se boa parte da equipa que acompanhou António José Seguro na liderança anterior do partido, de que são exemplos Eurico Brilhante Dias e Ana Gomes. Mas não só... Homens próximo de José Sócrates, como José Lello, ou até do próprio Costa, como Manuel Alegre e Vera Jardim.

No entanto, é com Sampaio da Nóvoa que estão os apoios mais significativos da área do PS. Desde logo os ex-Presidentes Soares e Sampaio, que já lideraram o PS. Mas também a geração mais nova. Duarte Cordeiro, que dirigiu a campanha de Costa, faz parte da "Comissão de Candidatura" do antigo reitor. E Pedro Delgado Alves, deputado e membro da Comissão Política, foi recentemente integrado na estrutura que dirige a campanha de Nóvoa, que conta com o apoio de outros históricos socialistas, como António Arnaut, Correia de Campos, Augusto Santos Silva e Vítor Ramalho.

Os próximos dias serão decisivos para avaliar se as duas candidaturas anunciadas se mantêm em jogo. Se isso acontecer, o mais provável é que o PS se abstenha, oficialmente, de apelar ao voto em qualquer um dos dois.

Havendo segunda volta, esse apoio será dado ao candidato que passar. A ser assim, será uma mudança face às duas (más) experiências anteriores do partido (na altura liderado por Sócrates). Em 2006 e em 2011, Cavaco Silva venceu à primeira volta, batendo os candidatos apoiados pelo PS (Soares em 2006 e Alegre em 2011) por larga margem, e sempre com várias candidaturas na área socialista. 

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