Segundo grupo éolico português comprado por blionário de Hong Kong
Fundo liderado por João Talone vendeu o capital da Iberwind ao grupo Cheung Kong por mil milhões de euros.
A empresa de energias renováveis, que tem 31 parques, uma capacidade instalada de 684 megawatts (MW) e mais 42 MW em construção vai ser vendida em partes iguais ao consórcio formado por duas sociedades do grupo Cheung Kong: a Power Assets Holdings Limited e a Cheung Kong Infrastructure Holdings Limited (CKI), a maior empresa de infra-estruturas cotada em Hong Kong, revelou o fundo de capital privado.
“Sete anos depois da aquisição da empresa de energias renováveis por um grupo de investidores liderado pela Magnum, com cerca de 65% do capital social, concretizou-se hoje a transacção que valoriza a Iberwind em mil milhões de euros”, refere o comunicado.
Além da Magnum Capital, venderam as suas posições na Iberwind os accionistas minoritários, entre os quais se encontram a Espírito Santo Capital, a Madre SGPS (de António Parente) e o fundo ECS (de António de Sousa). O negócio tem agora de ser aprovado pela Autoridade da Concorrência (AdC).
“A CKI é a maior empresa de infra-estruturas cotada em Hong Kong, parte do conglomerado Cheung Kong Group, presidido pelo empresário Li Ka Shing”, explica a Magnum Capital.
O grupo asiático engloba diversas entidades cotadas “com uma capitalização bolsista agregada de 117,4 mil milhões de euros”. Tem operações em mais de 50 países e um total de 290 mil empregados. A Power Assets tem investimentos nas áreas de geração, transporte e distribuição de electricidade, energias renováveis e distribuição de gás.
Li Ka Shing é, segundo a Forbes, o homem mais rico de Hong Kong (e o segundo da Ásia) e ocupa o 17º lugar no ranking de bilionários da publicação norte-americana. Tem uma fortuna avaliada em 24,6 mil milhões de dólares (aproximadamente 22 mil milhões de euros) e, no ano passado, era a 28ª pessoa mais poderosa do mundo (ainda segundo a Forbes).
O empresário de 87 anos foi alvo recentemente de duras críticas na imprensa chinesa por vender alguns activos na China, intensificando, em contrapartida, os investimentos na Europa. A decisão de desinvestir na China foi vista nos órgãos de comunicação oficial chineses como uma demonstração de pessimismo e falta de confiança na economia do país.
O grupo Cheung Kong “será sem dúvida um excelente accionista para o continuado desenvolvimento da Iberwind”, disse no comunicado João Talone, ex-presidente da EDP. O gestor é o actual presidente da empresa portuguesa, que a Magnum Capital comprou em 2008 por cerca de 1,1 mil milhões de euros à norte-americana Babcock Willcox.
A decisão do grupo Cheung Kong de investir no mercado português é “um reconhecimento da forte aposta que Portugal fez desde há muito nas energias renováveis, a par de uma já tradicional estabilidade regulatória. É também a confirmação do profissionalismo e forte know-how de todos os que trabalham na Iberwind”, acrescentou Talone.