Platini assegura que verba que recebeu da FIFA está conforme à lei

Joseph Blatter, presidente demissionário da FIFA, vai manter-se em funções enquanto colabora com as autoridades suíças.

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Michel Platini defende-se das acusações da justiça suíça Gonzalo Fuentes/Reuters

“A minha remuneração foi acordada então e após pagamentos iniciais a verba final de dois milhões de francos suíços foi paga em Fevereiro de 2011”, reforça Platini. O presidente da UEFA recorda que foi interrogado na sexta-feira, não como pessoa acusada do quer que seja, mas simplesmente como pessoa chamada a prestar informações. “Estou consciente de que estes acontecimentos são susceptíveis de causar dano à minha imagem e à minha reputação e, consequentemente, à UEFA, organização de que estou orgulhoso de ser presidente, pelo que quero usar toda a minha energia para que todos os problemas e mal-entendidos possam ser esclarecidos o mais depressa possível”, escreve ainda o francês, candidato às eleições na FIFA de 26 de Fevereiro próximo. 

Na passada sexta-feira, a justiça suíça referia “um pagamento suspeito a favor de Michel Platini e em prejuízo da FIFA, alegadamente por trabalhos efectuados entre Janeiro de 1999 e Junho de 2002”, o qual teria sido efectivado em Fevereiro de 2011. Na carta enviada nesta segunda-feira às federações, Platini sublinha que "no período 1998 a 2002 fui contratado pela FIFA para trabalhar sobre um largo conjunto de questões relacionadas com o futebol. Tratou-se de um trabalho a tempo total e as minhas funções eram conhecidas de todos”, refere ainda o antigo futebolista francês.

Além de Platini, são também candidatos à presidência da FIFA o príncipe jordano Ali bin Al Hussein, antigo vice-presidente da FIFA, o sul-coreano Chung Mong-Joon, também antigo vice-presidente da FIFA, e o ex-futebolista brasileiro Zico.

Blatter de pedra e cal até Fevereiro

Entretanto, o presidente demissionário da FIFA, Joseph Blatter, revelou que irá manter-se em funções enquanto colabora com as autoridades suíças que investigam o escândalo de corrupção que atingiu o organismo que rege o futebol mundial, informaram nesta segunda-feira os advogados do dirigente.

“O presidente Blatter dirigiu-se hoje aos funcionários da FIFA e disse-lhes que iria continuar a colaborar com as autoridades, que nada fez de inapropriado ou ilegal e afirmou que iria manter-se como presidente da FIFA”, indica o comunicado divulgado pelos advogados de Blatter.

O ainda presidente da FIFA esclareceu também que o pagamento de dois milhões de francos suíços (cerca de 1,8 milhões de euros) feito ao francês Michel Platini, considerado ilegal" pela investigação, foi uma compensação válida por trabalho prestado pelo actual presidente da UEFA.

“O presidente Blatter partilhou hoje com as autoridades suíças que o senhor Platini mantinha uma valiosa relação laboral com a FIFA, funcionando como conselheiro do presidente desde 1998”, assinala o comunicado.