No comunicado, as autoridades suíças implicam também na investigação Michel Platini, presidente da UEFA e candidato à sucessão de Blatter nas eleições de Fevereiro. O antigo futebolista francês terá recebido de Blatter uma verba de dois milhões de francos suíços (cerca de 1,8 milhões de euros) por serviços prestados entre 1999 e 2002.

A justiça helvética suspeita de que Blatter assinou "um contrato prejudicial para a FIFA" com a Federação Caribenha de Futebol (CONCACAF), presidida por Jack Warner.

Para além disso, existe "a suspeita que, na execução daquele contrato, Joseph Blatter comportou-se igualmente de forma contrária aos interesses da FIFA, violando os seus deveres de gestão".

No que diz respeito ao alegado pagamento a Michel Platini, efectuado em Fevereiro de 2011, as autoridades judiciais suíças consideram que foi feito com prejuízo para a FIFA, e presumivelmente como forma de pagamento por trabalho realizado entre Janeiro de 1999 e Junho de 2002.

Nesta sexta-feira, quer Joseph Blatter, quer Michel Platini foram ouvidos no âmbito da investigação em curso. O francês confirmou mesmo ter recebido o valor em causa, mas explicou que ele se deveu a um contrato devidamente formalizado, mostrando-se satisfeito por poder esclarecer a situação.

A FIFA foi abalada por um escândalo de corrupção em Maio, a dois dias da reeleição de Blatter, num processo aberto pela justiça dos Estados Unidos e que levou a acusações a 14 dirigentes e ex-dirigentes.

No início de Junho, Blatter apresentou a demissão, abrindo o caminho para novas eleições, marcadas para 26 de Fevereiro.

Além de Platini, são também candidatos à presidência da FIFA o príncipe jordano Ali bin Al Hussein, antigo vice-presidente da FIFA, o sul-coreano Chung Mong-Joon, também antigo vice-presidente da FIFA, e o ex-futebolista brasileiro Zico.