Passos e Portas travados em Braga por lesados do BES e professores
Líderes da coligação Portugal à Frente foram imobilizados por manifestantes que gritaram palavras de ordem contra o Governo.
Abordado por vários manifestantes enquanto tentava circular pelo mercado, Passos Coelho ouviu de perto palavras gritadas como “Portugal” e “gatuno”. Durante vários minutos, a acção de pré-campanha da coligação PSD/CDS viu-se encurralada nos corredores estreitos do mercado, com dificuldade em movimentar-se dada a afluência de pessoas no local.
Enquanto se ouvia palavras de protesto em fundo, Passos Coelho foi questionado por um antigo cliente do Banco Espírito Santo (BES) sobre o que pensa o governo fazer sobre o caso do banco. "Uma coisa é o Grupo Espírito Santo, outra coisa é o banco. O banco está defendido. Os responsáveis vão responder em tribunal por isso", garantiu o primeiro-ministro ao manifestante. Num desabafo a mesma pessoa afirmou que não tem capacidade financeira para recorrer em tribunal contra as decisões que têm vindo a ser conhecidas. "Organizarei uma subscrição pública para os ajudar a ir a tribunal", assegurou Passos Coelho em resposta.
O líder da coligação Portugal à Frente deixou depois um apelo a um lesado do BES. "Têm toda a minha compreensão. Sei que houve muita gente que perdeu dinheiro com o Grupo Espírito Santo. Não posso resolver esse problema, tem que ser o tribunal a resolvê-lo. Diga às pessoas que estão consigo que percebo que estejam angustiadas com este problema, mas não é por virem a todas as minhas acções de campanha que vão resolver isso".
Pelas 11h00, Passos Coelho e Paulo Portas acabavam por abandonar o mercado, sob a protecção de seguranças.
Os líderes da coligação Portugal à Frente vão estar a partir deste sábado em acções de pré-campanha, começando pelos distritos de Braga e do Porto, com paragens em Barcelos e Póvoa de Varzim. O arranque do período oficial de campanha vai ser no distrito de Lisboa, a 20 de Setembro, e o encerramento também será na capital a 2 de Outubro.