Grécia reembolsa BCE após receber primeira tranche do resgate

Gregos entregam 3,4 mil milhões de euros relativos ao vencimento de títulos de dívida pública.

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REUTERS/Stoyan Nenov

“Foram feitos todos os pagamentos previstos para hoje. Pagaram-se os 3,2 mil milhões de euros (pelo rendimento) dos títulos a cinco anos, os seus juros, 200 milhões, e os 7,16 mil milhões de euros do empréstimo ponte do passado mês de Julho”, afirmou a fonte da Autoridade de Gestão da Dívida Pública.

O pagamento à entidade monetária coincide com a entrega da primeira tranche do terceiro resgate, depois de na quarta-feira o Mecanismo Europeu de Estabilidade ter dado luz verde a 26 mil milhões de euros.

Quarta-feira, os parlamentos da Alemanha e da Holanda deram o necessário aval ao terceiro resgate à Grécia, e a seguir o Eurogrupo (conjunto dos ministros das Finanças do euro) aprovou também a libertação imediata das primeiras tranches do empréstimo.

Mas, ao mesmo tempo, o país vive uma crise política, com o Governo de Alexis Tsipras preso por um fio: o Syriza, o partido do partido do primeiro-ministro, está divido, e não foi com os seus votos que o resgate passou no Parlamento, mas sim com os da oposição. O cenário de eleições antecipadas torna-se cada vez mais provável.

Panos Skourletis, o ministro da Energia e um conselheiro próximo de Tsipras, disse que esta crise tem de ser resolvida rapidamente, em declarações à televisão estatal ERT. "A paisagem política tem de se definir. Precisamos de saber se o Governo tem ou não tem uma maioria", afirmou. 

Tsipras convocou um congresso partidário para Setembro, mas Skourletis sugeriu outra abordagem: "Eu diria que é melhor fazer eleições primeiro, e depois o congresso do Syriza", relata a Reuters.

Uma sondagem Metron Analysis de 24 de Julho dava 33,6% de intenções de voto ao Syriza - o que o tornava o partido mais popular, mas ainda assim sem deputados suficientes para governar sem ter um parceiro de coligação, tal como acontece agora. Desde então, não foram publicadas outras sondagens, porque estamos em época de férias, explica a Reuters.