Coligação alerta para os riscos da governação do PS

O calçadão da Quarteira foi pequeno para acolher os 3500 militantes do PSD e do CDS para a rentrée.

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Paulo Portas e Pedro Passos Coelho na festa do Pontal Vasco Célio/Stills
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Paulo Portas, Pedro Passos Coelho e as laranjas do Algarve Vasco Célio/Stills
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Ambiente na festa do Pontal Vasco Célio/Stills

Momentos antes de o primeiro-ministro e líder do PSD se preparar para encerrar a noite, o vice-primeiro-ministro colocou o PS na linha de fogo, num discurso em que falou de esperança para as famílias, a classe média e os reformados. Criticou a proposta de António Costa de baixar a TSU – alertando para o risco de pôr em causa o sistema e até de ser uma “verdadeira privatização da Segurança Social” – e evidenciou os dados económicos como de confiança na recuperação do país. Confiança nos socialistas? “O PS é que deixou o país na bancarrota e não o soube reconhecer”, vincou Portas. 

No palco da festa, o líder do CDS apropriou-se, mais uma vez, do tom de mudança que é próprio da mensagem das oposições. “Mudança para um trabalhador é saber que o país superou o resgate e vai poder continuar com devolução da sobretaxa, mudança para o funcionário público é saber que a recuperação de salário acontecerá firme e gradualmente. Mudança na empresa é saber que continuará a contar com a descida do IRC, mudança para muitas famílias, é poder ter a certeza de que não voltaremos a cair em situações de excepcionalidade”, afirmou. As primeiras palavras de Passos Coelho foram também para reforçar a mensagem forte da coligação que é de alerta para os “aventureirismos” do PS. O discurso começou a dramatizar. O líder laranja disse que "se o resultado não for inequívoco o próximo Governo será cheio de problemas". 

Uma Assunção e pêras
O Algarve é abundante em laranjas – havia aliás um saco delas em cada uma das mesas de plástico – mas foi a pêra rocha que a ministra da Agricultura fez sobressair na roupa que vestia. Assunção Cristas, na sua estreia na festa do Pontal, trajava um vestido branco, curto, com pêras estampadas, uma criação de uma estilista que lhe foi oferecida numa feira de Agricultura em Berlim. A ministra do CDS animou-se com a música ritmada e agitava a bandeira da coligação ao som de “bandeira branca” que o cantor popular convidado repetiu perante a plateia. “É o povo, eu gosto é disto”, dizia, com entusiasmo, lembrando que a pêra rocha é do distrito em que se candidata como número um do CDS – Leiria.

As bandeiras viriam a ser agitadas em força, como pediu a voz off da festa, quando os dois líderes entraram no recinto. Passos Coelho de blazer e camisa, Paulo Portas com um polo azul escuro e um boné azul da mesma cor do CDS.

Pouco tempo antes da chegada dos dois líderes, era anunciado que o recinto tinha atingido a sua capacidade máxima: 3500 pessoas. Dirigentes locais do PSD ouvidos pelo PÚBLICO confirmaram que a enchente foi inédita na festa da rentreé no Algarve. As centenas de mesas estavam a perder de vista no calçadão, mas houve quem não se importasse de ficar mesmo na areia. E quando chegou a carne assada foi preciso ligar os telemóveis para ver o que estava no prato.

O ambiente estava descontraído entre os militantes e entre os ministros que aceitaram fotografar-se num passpartout com a inscrição “eu estou na rentreé”. Satisfeitos com a mobilização da máquina (sobretudo laranja que contratou até um drone para filmar a multidão), os governantes da coligação PSD/CDS apareceram em peso: a ministra das Finanças (acompanhada do marido) Maria Luís Albuquerque, a ministra da Justiça, Paula Teixeira da Cruz, o ministro do Ambiente, Jorge Moreira da Silva, o titular da Defesa, Aguiar Branco e o responsável dos Assuntos Parlamentares, Marques Guedes. Também os ministro da Economia e da Segurança social, respectivamente Pires de Lima e Pedro Mota Soares, ambos do CDS. A noite era de festa mas a organização não se esqueceu de fazer subir ao palco os cabeças de lista da coligação Portugal sempre à Frente. E nem faltou, no fim, o abraço entre Passos Coelho e Paulo Portas.

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