Sherlock recorda-se
Um ensaiozinho, longe de genial ou sequer assinalável mas inesperado, sobre a memória.
é um ensaiozinho, longe de genial ou sequer particularmente assinalável mas singular e inesperado, sobre a memória e sobre a tendência dela para encavalitar factos e devaneios da imaginação. Que podia ter sido feito sem Holmes, mas que ganha um sentido especial por ser feito com a personagem, supra-sumo da lógica e da reconstituição milimétrica da realidade passada, porque por aí se amplia a angústia e o sentido de perda. Bill Condon continua a ser um realizador pouco imaginativo, mas tem a sobriedade necessária para, pelo menos, não estragar. Com a ajuda de Ian McKellen (que foi o James Whale de
Gods and Monsters, ainda o momento mais célebre da carreira de Condon), sempre em “número”, é verdade, mas isso até é justo porque o “número”, já nos livros de Doyle, era inerente à constituição da personagem de Sherlock.