Câmara investe 25 milhões na pavimentação de 150 ruas de Lisboa até 2017

Fernando Medina reconhece que "muitas" artérias da cidade apresentam "um estado de degradação acentuado" e sublinha a "ambição" deste plano, que quer concretizar até 2017.

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No site da Câmara de Lisboa é possível saber quais as ruas com obras em 2015 e qual o calendário da intervenção Pedro Maia/Arquivo

Fernando Medina escolheu a Rua Sampaio Bruno, em Campo de Ourique, para realizar a conferência de imprensa de apresentação do Plano de Pavimentação de Vias. Nesta artéria foi recentemente iniciada uma obra, com a duração prevista de dois meses, que inclui a reabilitação do pavimento e a marcação de lugares de estacionamento, mas também o alargamento dos passeios e a retirada de obstáculos neles existentes.

Esta é uma das 48 intervenções que a câmara prevê realizar em 2015, num investimento de cerca de dez milhões de euros. Até 2017, adiantou Fernando Medina, o número total de arruamentos objecto de obra subirá para 150 (o que equivale a perto de 100 quilómetros de via), e o investimento para 25 milhões de euros. E as promessas do autarca socialista não se ficam por aqui: o sucessor de António Costa promete consagrar outros 25 milhões de euros à pavimentação de ruas até 2020.

Fernando Medina admite que “o estado de degradação acentuado de muitas artérias” é hoje “um grande problema da cidade”, acrescentando que há também “muitos passeios e passadeiras” que não oferecem “as melhores soluções de mobilidade para os que querem andar a pé”. É também por isso que o plano agora posto em marcha vai além das intervenções no pavimento.

A ideia, explicou o autarca, é que quando se fizer obras nas estradas se aproveite para, “ao mesmo tempo”, elevar algumas passadeiras, rebaixar os acessos a outras e introduzir pisos tácteis junto a elas, alargar passeios “quando possível” e promover uma “forte redução” da sinalização vertical neles existentes, que constitui “um obstáculo à mobilidade”. Tudo isto, resume Fernando Medina, com três objectivos: aumentar a “segurança”, o “conforto” e a “mobilidade”, não só dos automobilistas mas também dos peões.  

Segunda Circular para 2016
Em relação ao trabalho que vai ser feito ao nível dos pavimentos, o presidente da câmara sublinha que aquilo que se pretende é “resolver” o problema hoje existente “com profundidade”. Nesse sentido, haverá nalguns casos uma simples “recarga dos pavimentos”, mas noutros far-se-á “uma reconstrução integral dos arruamentos”, “com soluções mais duráveis” do que aquelas que têm sido usadas até agora.

Segundo Fernando Medina, nos últimos “20 anos” aquilo que se fez em muitos casos foi “pavimentar por cima” as ruas da cidade “feitas sobre paralelepípedos graníticos”. Uma solução que, explica, “resolveu” os problemas de “ruído” mas “criou a necessidade de repavimentação com muito mais frequência”. Desta vez a câmara promete fazer diferente, promovendo a retirada do piso hoje existente e a “reconstrução” dos arruamentos.

Questionado pelo PÚBLICO sobre o porquê de só agora se estar a avançar com este plano, o presidente do município afirmou que este teve, durante “vários anos”, “uma situação financeira muito delicada”. “Hoje fazemos este programa com esta ambição porque hoje podemos. Temos os recursos”, concluiu.

Para garantir que este será um programa “transparente, aberto, permanentemente monitorizado pelos lisboetas”, Fernando Medina adiantou que a cada três meses será feito um balanço da sua execução, anunciando ainda que foi criado “um microsite”, intitulado Pavimentar Lisboa, dentro da página da câmara na Internet. Nele é possível ficar a saber por exemplo quais as ruas que vão ser alvo de obras em 2015 e qual o calendário previsto para a sua realização.

Também já está disponível a informação sobre os arruamentos nos quais a câmara quer intervir no ano seguinte. Entre eles, destaca Fernando Medina, está a Segunda Circular, que será objecto de “uma intervenção de fundo” que visa torná-la “mais amigável e segura”.

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