Autor do atentado em Lyon decapitou o patrão

Um suspeito foi abatido no local, outro preso numa casa. Um dos atacantes tinha ligações a grupo radical islâmico.

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Um dos suspeitos foi detido pela polícia AFP/PHILIPPE DESMAZE
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O ataque a uma fábrica de gás em Saint-Quentin-Fallavier, a 25 quilómetros de Lyon, ocorreu ao início da manhã desta sexta-feira. Um homem com cerca de 50 anos morreu, decapitadoa, e duas outras pessoas ficaram feridas sem gravidade. As autoridades trataram imediatamente o caso como um "atentado terrorista".

O corpo decapitado encontrado no exterior do edifício foi identificado como o gerente de uma empresa de transportes de Chassieu, que seria o patrão de Yassin Sahli, diz a AFP. Segundo o jornal local Le Dauphiné Liberé, foi atacado no interior da fábrica onde tinha ido fazer uma entrega; a sua cabeça foi colocada por um dos terroristas num portão. A empresa proprietária da fábrica de gás, a Air Products, já tinha emitido um comunicado a dizer que o corpo não era de nenhum dos seus funcionários.

Ao lado do corpo decapitado foi encontrada uma "bandeira com escritos árabes". O Le Dauphiné Liberé assegura que é uma bandeira do autoproclamado Estado Islâmico. Porém, o ministro do Interior não o confirmou, disse apenas que a bandeira "vai ser estudada" e que as suas inscrições "vão ser traduzidas".

Segundo o ministro do Interior, Bernard Cazeneuve, o suspeito nasceu em 1980 e residia na região de Lyon. Em 2006 foi identificado pela polícia por "radicalismo", mas a sua "ficha S", de segurança, não foi renovada quando foi feita uma actualização dos dados policiais, em 2008.

"O suspeito foi neutralizado por uma pessoa do Serviço de Incêndios e Socorros [um bombeiro] de Isère no local e que demonstrou ter muita coragem. Tenho que agradecer a este bombeiro pela forma como agiu", disse o ministro. A sua mulher foi também detida, e a sua residência revistada.

Uma fonte policial disse à AFP que dois homens fizeram colidir a viatura em que seguiam contra o portão da fábrica da Air Products. Uma vez lá dentro, provocaram a explosão de garrafas cujo conteúdo aind anão foi identificado e puseram-se em fuga. O segundo homem foi preso numa residência.

Tanto o Presidente François Hollande como o primeiro-ministro Manuel Valls classificaram este ataque como um "atentado terrororista."

Depois dos ataques de 11 de Janeiro, contra a redacção do semanário satírico Charlie Hebdo e um supermercado judeu, o dispositivo Sentinela mobilizou dez mil homens para assegurar a protecção de locais considerados sensíveis, a maior parte deles ligados à comunidade judaica.

Outros locais não foram objecto de protecção particular, mas passaram a ter normas de segurança mais rigorosas por serem zonas com produtos perigosos. A entrada de fábricas como a que foi atacada tem videovigilância e a entrada nos recintos é controlada. O que explica que os atacantes tenham decidido bater com o carro no portão.

O Ministério do Interior francês deu indicações para que fossem intensificadas as medidas de segurança em vários "locais sensíveis".

"Há uma emoção, mas a emoção não pode ser a resposta, a resposta deve ser a acção, a prevenção. É necessário defender os valores, nunca ceder ao medo e ao ódio em qualquer circunstância, não criar divisões inúteis e suspeitas intoleráveis", disse Hollande antes de deixar Bruxelas para participar, em Paris, numa reunião de emergência do Conselho de Segurança e Defesa. "Temos que garantir que os franceses estão em segurança e eliminar os grupos e os indivíduos responsáveis por estes actos."

 


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