“Não haverá nenhum default” na Grécia, garante Juncker
Presidente da Comissão Europeia alerta para as “consequências de amplitude desconhecida” de uma saída da Grécia do euro.
“Estamos preparados para todo o tipo de desenvolvimentos, mas excluo a 100% um Grexit”, disse Juncker em entrevista ao site Político, que estreou nesta terça-feira o seu site dedicado à política europeia. “Não haverá nenhum default”, afirmou o presidente da Comissão.
Juncker não deixou, no entanto, de criticar a falta de cooperação de Atenas com o trabalho das instituições, mostrando-se preocupado com o facto de “o Governo grego não fazer saber atempadamente o que está a acontecer”.
“Precisamos de clareza e não a temos tido”, disse Juncker, que confessou já ter "perdido a paciência" no passado com o problema grego. "Agora estou a voltar a tê-la e não a quero perder outra vez", avisou.
Sobre as negociações em curso entre o Governo de Alexis Tsipras e as instituições de credores há, para o presidente da Comissão Europeia, sinais de que “começaram a avançar na direcção certa”, mas resta “muito caminho a percorrer”.
Em resposta às declarações que têm surgido em vários Estados-membros e que defendem que a zona euro está hoje mais preparada para uma saída da Grécia do que há dois anos, Juncker alertou também que um Grexit poderia “levar a consequências cuja amplitude as pessoas ainda desconhecem”.
Na segunda-feira, o presidente do banco central austríaco, Ewald Nowotny, declarou ao canal americano CNBC que a saída da Grécia da moeda única “não teria o impacto ou o impacto potencial na zona euro que teria tido (...) há algo como dois anos”.
Expectativas baixas para Eurogrupo
Embora as negociações entre o Governo grego e os seus credores, que decorrem em Paris, tenham prosseguido durante todo o fim-de-semana e na segunda-feira, a possibilidade de chegar a um acordo final com a Grécia na reunião informal do Eurogrupo em Riga, na sexta-feira, parece remota.
As atenções têm-se voltado para a reunião seguinte do Eurogrupo, que será a 11 de Maio, em Bruxelas. No dia a seguir, a Grécia tem de pagar mais 750 milhões de euros ao FMI e vários analistas duvidam que o consiga fazer, se não forem libertados os 7200 milhões de euros que o país ainda tem a receber do programa de resgate europeu.