Ucranianos começam a destruir estátuas soviéticas
O derrube de três monumentos enfureceu a população pró-Rússia no país.
Na quarta-feira, os deputados ucranianos aprovaram uma lei que intredita todos os símbolos comunistas e nazis no país, a não ser que tenham fins "educativos" ou que "glorifiquem os combatentes da independência da Ucrânia", isto é: que façam alusão aos que optaram por combater ao lado das tropas nazis com o objectivo de libertarem a Ucrânia da ocupação soviética.
O decreto-lei não foi ainda assinado pelo Presidente Viktor Poroshenko e promulgado.
Usando martelos e com a ajuda de cordas puxadas por um camião, o grupo de jovens derrubou três estátuas que estavam em praças desta grande cidade industrial ucraniana.
Nina Soboleva, filha do escultor Viktor Volovik, o autor de uma dessas estátuas, que representava o revolucionário soviético Nikolaï Roudnev, foi à praça ver o que se passava. "Era uma obra de arte", disse à AFP acrescentando que a decisão sobre que monumentos retirar do espaço público deveria pertencer a uma comissão e não a qualquer um. Na sua opinião, tudo o que violar a lei não deve ser destruído mas levado para um lugar onde possa ser prevervado.
A polícia de Kharkiv abriu um inquérito por "violência deliberada" . E o presidente da Câmara, que é pró-Rússia, Guennadi Kernes, criticou a inacção da polícia perante um "acto de vandalismo"; toda a cena foi filmada e publicada no Youtube.
O partido ucraniano pró-Rússia Bloco de Opeosição acusou o Governo pró-Ocidente de Kiev de "destruir tudo", a HIstória, as tradições, as festas e a memória, e de encorajar os "radicais".
Na terça-feira, um dia antes da provação do decreto, duas explosões nesta cidade perto da linha da frente de guerra destruíram o pedestral onde estava hasteada a bandeira ucraniana.
O decreto-lei aprovado no Parlamento proibe também que na Ucrânia seja tocado o hino soviético (reintroduzido na Rússia pelo Presidente Vladimir Putin, com modificações na letra) e prevê penas de prisão para quem o divulgar.
O Governo russo comentou a nova lei dizendo que a Ucrânia está a adoptar métodos "totalitários" para apagar a herança soviética no país e para promover uma ideologia nacionalista que deixa o país "num limbo".