Autoridades francesas terminam buscas nos Alpes onde caiu avião da Germanwings
A identificação das vítimas vai agora continuar através de testes de ADN e as autoridades prosseguem com recolha de detritos que restam do aparelho que se despenhou a 24 de Março.
A identificação das vítimas vai agora continuar através de testes de ADN e as autoridades continuarão a retirar os detritos que restam do aparelho que se despenhou nos Alpes franceses a 24 de Março. A Lufthansa, empresa-mãe detentora da Germanwings, contratou uma empresa especialista para remover os detritos e um especialista ambiental para supervisionar as operações de remoção.
A identificação das vítimas continuará através da análise de 150 amostras de ADN, encontradas no local, o que poderá demorar várias semanas. O procurador que lidera a investigação sublinhou que logo que as vítimas sejam identificadas através de uma amostra de ADN, as famílias serão avisadas. Porém, sublinhou que o facto de existirem 150 amostras não significa que todas as vítimas foram encontradas.
“As buscas por corpos acabaram, mas as buscas pelos pertences pessoais das vítimas continuarão”, referiu à Reuters um porta-voz das autoridades locais daquela região. O Ministério Público francês acredita que o piloto da companhia low-cost Andreas Lubitz precipitou deliberadamente o Airbus A320 contra as montanhas durante um voo entre Barcelona e Dusseldorf. O grau de destruição causado pelo impacto pulverizou o avião fazendo dificultando o sucesso das buscas.
Os trabalhos para a remoção dos destroços do aparelho e a limpeza do local, que terão início na próxima semana, poderão demorar dois meses, adiantou David Galtier, comandante da polícia francesa naquela região, citado pela Reuters.
Entretanto, a BBC notíciou que antes da queda deste avião, a Comissão Europeia estava já em contacto com autoridade alemã para a aviação. De acordo também com o Wall Street Journal, a Comissão Europeia exigiu a “resolução de problemas há muito verificados” naquela companhia, tendo a mesmo sido avisada em Novembro para corrigir a escassez de pessoal que poderá ter colocado em causa a fiscalização das aeronaves e das tripulações.
Na sequência deste incidente, a Germanwings está sob escrutínio das autoridades de aviação. A Agência Europeia de Segurança Aérea já “registou vários casos de desconformidade”, disse o seu porta-voz Dominique Fouda à agência France-Presse.
A autoridade francesa de avião aérea também garantiu que a sua investigação irá incluir um estudo sobre as debilidades crónicas detectadas na companhia e que poderão ter contribuído para o desastre, nomeadamente no âmbito do acompanhamento psicológico dos seus pilotos.
De acordo com a Lufthansa, Andreas Lubitz teve vários episódios de depressão profunda em 2009, quando estava ainda frequentar o treino para obter a licença de plioto de avião comercial. Algumas notícias dão também conta de que recebeu tratamento face a tendências suicidas antes de conseguir a licença e os investigadores encontraram entretanto alguns apontamentos do piloto nesse sentido em sua casa.
Uma das notas é do dia em que ocorreu a tragédia. O piloto terá pesquisado informação sobre métodos suicidas e segurança no cockpit dos aviões, segundo os dados recolhidos pelas autoridades no seu computador. Entretanto, um estudo divulgado este domingo pelo diário alemão Bild indica que a maioria dos pilotos que sofrem de depressão oculta a doença das companhias e das autoridades aéreas.
A Lufthansa reservou 280 milhões de euros para fazer face a eventuais indemnizações que venham a ser reclamadas pelas famílias das vítimas.