Soldado que foi refém dos taliban vai ser acusado de deserção
Ainda se esperam as consequências da decisão para Bowe Bergdahl, libertado no Verão passado numa troca de prisioneiros com detidos em Guantánamo.
Bergdahl, 28 anos, esteve prisioneiro dos taliban durante cinco anos. Foi libertado no Verão passado numa troca com os taliban de cinco líderes do movimento detidos em Guantánamo, libertados com a condição de passarem um ano no Qatar.
Nos EUA, a euforia pela libertação de um soldado americano tanto tempo em mãos do inimigo passou rapidamente a desconfiança sobre o acordo feito pela Casa Branca, que não consultou o Congresso (a presidência justificou-o com uma urgência especial pelo estado de saúde de Bergdahl). Revelações sobre as circunstâncias do desaparecimento de Bergdahl começaram a criar mesmo animosidade entre muitos que diziam que o soldado tinha desertado e posto em perigo militares encarregados da sua busca. A sua cidade acabou por cancelar uma festa de boas vindas após ameaças.
Muitos responsáveis comentavam na altura que mesmo que Bergdahl tivesse desertado, cinco anos nas mãos dos taliban eram castigo suficiente. Ninguém tinha um particular desejo de o ver atrás das grades se fosse levado a tribunal marcial e condenado a uma pena que poderá ser de prisão perpétua.
Não há dúvidas — e já não havia antes da sua libertação — de que Bergdahl era um jovem com algumas ilusões que viu a sua ida para o Afeganistão como uma espécie de ajuda humanitária com armas. E que rapidamente se desiludiu com uma guerra suja.
Abandonou o seu posto sem arma mas com um bloco de notas, uma caneta e uma bússola, apenas dois meses depois de ter chegado ao Afeganistão. Rapidamente caiu nas mãos de combatentes inimigos que o levaram até aos taliban.