A Nintendo anunciou uma parceria com a DeNA, uma empresa japonesa de jogos para dispositivos móveis. “Ambas as empresas vão desenvolver e operar novas aplicações de jogos com base na propriedade intelectual da Nintendo, incluindo os seus icónicos personagens de jogos”, refere um comunicado da multinacional.

Não foram adiantados que jogos serão lançados, nem que personagens vão ser usadas. Mas a Nintendo fez questão de frisar que, “para assegurar a qualidade da experiência de jogo”, apenas serão criados jogos originais, concebidos especificamente para consolas e tablets, usando personagens já existentes. Posta de lado está a hipótese de serem adaptados títulos que já existem para as consolas, um caminho que muitas editoras seguiram com sucesso, convertendo para aqueles aparelhos séries populares como FIFA e Assassin's Creed.

A estratégia passa por aproveitar o enorme mercado de smartphones e tablets e levar os consumidores a querer também jogar nas consolas. “A aliança tem como objectivo complementar o negócio dos sistemas de videojogos dedicados da Nintendo e estender o alcance da Nintendo para o vasto mercado de utilizadores de dispositivos inteligentes em todo o mundo”, explica o comunicado. É uma jogada que muitas vezes foi dada por analistas como uma opção provável, tendo mesmo levado a Nintendo a vir a público, no início do ano passado, negar notícias de que estava a preparar jogos para telemóveis.

A mudança de estratégia surge após anos de contas complicadas, marcados por quebras de vendas e lançamentos de consolas cuja procura ficou abaixo do esperado. No ano fiscal de 2014 (que diz respeito aos três últimos trimestres de 2013 e ao primeiro de 2014), as receitas foram de 572 mil milhões de ienes, cerca de 4,4 mil milhões de euros, o que significa menos 10% do que no ano anterior e quase metade do registado no ano fiscal de 2011.O prejuízo em 2014 ascendeu a 180 milhões de euros

A Nintendo e a DeNA (que com este acordo passarão a ser accionistas uma da outra) têm também planos para desenvolver um sistema de utilizadores registados online, que poderá ser usado a partir de dispositivos móveis, computadores e consolas. Deverá ser lançado no Outono deste ano.