França reforça presença militar contra Boko Haram
Governo francês responde aos atentados recentes nas imediações do Lago do Chade. Novo atentado mata 17 pessoas em Maidguri.
O anúncio foi feito pelo ministro da Defesa francês, Jean-Yves Le Drian. Para compensar o reforço serão retirados alguns militares actualmente em missão na República Centro Africana. Citado pela AFP, o ministro afirmou que é necessário usar esses meios para acompanhar “as tensões em torno do Lago do Chade”. Contudo, não avançou quaisquer números.
Ao longo das últimas semanas, o grupo extremista Boko Haram tem concentrado as suas acções em Maidguri, uma cidade nas imediações do Lago do Chade. O grupo, que chegou a ocupar a cidade em 2014, anunciou que quer fazer de Maidguri a capital de um autoproclamado califado.
Um atentado suicida levado a cabo nesta quarta-feira deixou 17 pessoas mortas na cidade. O número é avançado pela Aljazeera, mas ainda não existe confirmação oficial nem mais detalhes sobre o atentado.
Só ao longo dos últimos quatro dias, vários atentados do Boko Haram mataram mais de 65 pessoas em Maidguri. Há três dias, várias explosões em locais movimentados da cidade mataram pelo menos 50.
A zona tem sido alvo de atentados e ataques militares dos extremistas desde Janeiro, mês em que o Boko Haram tentou, sem sucesso, recuperar o controlo da cidade. O ataque frustrado vitimou cerca de 100 pessoas.
Ofensiva concertada
O grupo extremista, que já anunciou no sábado fidelidade ao autoproclamado Estado Islâmico, no leste da Sìria e oeste do Iraque, tem sofrido várias derrotas às mãos de uma ofensiva militar regional.
A AFP cita informações avançadas também nesta quarta-feira pelo Governo da Nigéria. Este adianta que, ao longo do último mês, foram libertadas 36 localidades do controlo do Boko Haram. Por outro lado, perderam-se quatro localidades para os extremistas.
O sucesso, explica um responsável do Governo nigeriano, deve-se à concertação de esforços militares entre a Nigéria, o Chade e o Niger. “Esperamos que a cooperação regional em curso vá a precipitar a exterminação do Boko Haram na Nigéria e na nossa região”, afirmou Mike Omeri, do Departamento da Defesa do Governo nigeriano, citado pela AFP.