A passagem do tempo fica bem a estes filmes
Quando Léos Carax era ainda um jovem cineasta muito mais do promissor mas ainda não era um dos “faróis” da cinefilia moderna, maldito e idealista.
Não são tanto os filmes que mudam como o nosso olhar sobre eles, então pontuado apenas pelo romantismo cinéfilo e empedernido de ambos os filmes: mais derivativo na estreia de Carax na longa, Paixões Cruzadas (que nunca chegou a estrear comercialmente entre nós na altura para lá de uma fugaz passagem na saudosa RTP-2), mais moderno e envolvente no seu sucessor Má Raça (exibido no saudoso Quarteto), que ajudou a revelar Juliette Binoche e Julie Delpy. O que convirá registar é que a passagem do tempo e a energia da juventude ficam bem a estes dois filmes; e Má Raça é o filme maior dos dois, um dos grandes filmes franceses dos anos 1980 e o nosso preferido de Carax (ali mesmo paredes meias com o objecto radical que é Pola X). <_o3a_p>