“É uma verdade universalmente aceite que um zombie que consiga deitar a mão a um cérebro tem necessidade de mais cérebros.” Esta é a primeira frase de Orgulho e Preconceito e Zombies (ed. Gailivro) e se o leitor não perceber com este pastiche no que se vai passar a seguir, pode confiar no título: ao enredo do clássico da literatura Orgulho e Preconceito de Jane Austen, publicado em 1813, juntam-se os zombies que as irmãs Bennet, protagonistas destas duas obras, têm que caçar e matar. É por causa da valentia de Elizabeth e da elegância e eficácia com que extermina zombies que Mr. Darcy se apaixona por ela – algo próximo do que acontece no clássico inglês, em que o jovem aristocrático se apaixona por Lizzy pela sua coragem e irreverência.

O projecto de adaptação do livro de Seth Grahame-Smith que parodia Jane Austen foi sendo adiado, a sua equipa foi mudando e passou já de mãos entre produtora. Agora, é certo que a realização está a cargo de Burr Steers (Sempre que Te Vejo, 2010), que fez a adaptação do livro para cinema com David O. Russell - o consecutivo candidato a Óscares dos últimos anos com Guia para um Final Feliz e Golpada Americana que está ligado ao projecto desde que o sucesso do livro, em 2009, criou a possibilidade da sua passagem para o ecrã.

A protagonista Elizabeth Bennet é interpretada por Lily James (a Lady Rose MacClare da série Downtown Abbey), e Mr. Darcy será Sam Riley (Control, Pela Estrada Fora).

Seth Grahame-Smith – com experiência no fantástico enquanto guionista de filmes como Sombras da Escuridão (2012) ou Diário Secreto de um Caçador de Vampiros (2012) – e a editora norte-americana Quirk Books explicaram na altura do lançamento da obra, que este livro é um mash-up, ou mistura entre dois géneros distintos na mesma obra. Neste caso, a presença do romance de Jane Austen no livro do século XXI é de 85%, disse Grahame-Smith nesse ano à imprensa norte-americana, justificando que o nome da escritora apareça na capa do livro.

No ano em que foi lançado pela Quirk Books, nos Estados Unidos, chegou ao terceiro lugar da lista de best-sellers do New York Times em menos de um mês e vendeu até agora mais de dois milhões de cópias (em papel e e-book), segundo a Amazon, tendo sido traduzido para 17 línguas. Ao sucesso do primeiro livro – que vendeu 4 mil cópias no dia de lançamento em Inglaterra – seguiu-se a publicação de uma prequela, Pride and Prejudice and Zombies: Dawn of The Dreadfuls, assinado por Steve Hockensmith, e de uma sequela, Pride and Prejudice and Zombies: Dreadfully Ever After, do mesmo autor.