Microsoft lança um tablet para substituir o computador portátil

O Surface cresceu para tentar chegar aos utilizadores que querem uma ferramenta de trabalho.

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O vice-presidente Panos Panay na apresentação em Nova Iorque Brendan McDermid/Reuters

O Surface Pro 3 tem um aspecto semelhante ao das duas gerações de tablets da Microsoft, com novidades destinadas a atrair os utilizadores interessados em usá-lo como instrumento de trabalho. O suporte traseiro permite agora colocar o tablet numa superfície em vários ângulos. Tal como nos modelos anteriores, pode ser acoplado ao Pro 3 um teclado, cuja zona do rato foi redesenhada para ser mais eficaz. O ecrã cresceu para 12 polegadas, o que o torna mais próximo de um portátil. A Microsoft fez ainda as reduções de peso, espessura e o aumento da capacidade de processamento, típicos de quando se introduz um novo modelo. O novo Surface será posto à venda em três variações, correspondentes a diferentes processadores.

Tal como nos dois Surface Pro que a Microsoft já pôs no mercado desde 2012, o sistema operativo é o mesmo Windows que foi desenvolvido para computadores. Desta feita, a empresa optou por não apresentar nenhum modelo com a versão Windows RT, um sistema operativo mais limitado e que é usado em modelos concebidos para funcionarem como tablets puros e não aparelhos híbridos.

Para uma empresa que cresceu graças à massificação dos computadores pessoais, a Microsoft esforçou-se por passar a mensagem de que este aparelho pode substituir um portátil. Na apresentação, o vice-presidente Panos Panay argumentou que, ao entrar numa loja, os clientes ficam indecisos entre que tipo de aparelho comprar e afirmou que o objectivo deste novo Surface é resolver esse problema.

Surgiu depois uma imagem do novo dispositivo, com o slogan “o tablet que pode substituir o seu portátil”. E seguiram-se comparações entre a portabilidade do Pro 3 e a de um portátil Mac, da Apple. De acordo com a Microsoft, 96% das pessoas que têm um iPad também têm um computador portátil.

Nos últimos anos, as vendas de computadores têm vindo a cair, com o interesse dos consumidores a voltar-se para tablets e smartphones. No ano passado, foram postos à venda em todo o mundo menos 10% de computadores do que em 2012, que já fora um ano de quebra. 

Os tablets, por outro lado, continuam a crescer, embora a um ritmo muito inferior ao do ano passado. E a Microsoft tem tido dificuldades em agarrar uma parte significativa desse crescimento. Os vários tablets equipados com Windows (o que inclui os Surface, mas também os modelos de outros fabricantes) chegaram ao fim do ano passado com uma quota de mercado ligeiramente abaixo dos 4%, segundo dados da analista IDC.

Os números mais recentes da IDC indicam que, no primeiro trimestre, foram enviados para o retalho em todo o mundo 50,4 milhões de tablets, um aumento homólogo de 3,9%. No primeiro trimestre de 2012, o crescimento tinha sido de 142%. A Microsoft perdeu o lugar que tinha no fundo da lista dos cinco maiores fabricantes. A Apple lidera, com 32,5%, seguida ao longe pela Samsung, com 22,3%. 

Já em Portugal, a analista GfK classificou os tablets, numa apresentação recente, como “produto estrela” de 2013, ano em que foram vendidos 800 mil destes aparelhos, 84% dos quais equipados com Android, um sistema usado por muitas marcas e que tanto está em aparelhos topo de gama, como nos modelos mais baratos. Segundo a GfK, 14% dos consumidores em Portugal têm um tablet, um valor muito abaixo dos 52% que têm um portátil. As vendas destes computadores, porém, caíram 6% no ano passado.
 

   





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