Papa nomeia ministro da Economia para supervisionar gestão do Vaticano
Na sua primeira reforma, Francisco deixa de fora o banco do Vaticano.
“Um novo secretário da Economia terá a autoridade sobre todas as actividades económicas e administrativas no interior da Santa Sé, do Estado e da Cidade do Vaticano”, anuncia o comunicado, precisando que este será encarregado do orçamento e do planeamento financeiro.
O organismo será dirigido pelo cardeal australiano George Pell, bispo de Sydney. Haverá ainda um auditor, que ainda não foi nomeado, com poderes de supervisão.
No entanto esta decisão, apesar de ter sido apresentada como um passo corajoso do Papa, deixa de fora o banco do Vaticano, o Instituto para as Obras da Religião (IOR) e que há décadas está no centro de escândalos.
A decisão vem na sequência do conselho de um painel de oito cardeais que aconselham Francisco, sendo um deles o próprio Pell.
Antes do anúncio da decisão, o coordenador do chamado C8 tinha falado recentemente sobre o seu trabalho em entrevista ao diário francês La Croix, e referindo-se ao banco comentou apenas que "é melhor tratar o doente do que fazer ressuscitar os mortos".
A reforma da Cúria pretende fazer uma revisão da burocracia do Vaticano. O grupo de oito cardeais, de seis continentes, foi formado em Abril e voltou a reunir-se na semana passada com o Papa, em encontros em foi debatida a reoganização da Cúria, a reforma das actividades económicas do Vaticano e do próprio IOR.
O papa tomou esta decisão através de um motu próprio, documento assinado de próprio punho e letra pelo pontífice, que será publicado pelo L'Osservatore Romano, o jornal do Vaticano, informou o porta-voz padre Federico Lombardi.