O Passado, que em Cannes recebeu ainda o Prémio Ecuménico, é um filme iraniano em Paris: um homem iraniano (interpretado por Ali Mosaffa) regressa ao subúrbio parisiense de Sevran para finalizar o divórcio da sua mulher (Bejo) e encontra-a com um novo companheiro (Tahar Rahim), resultando o encontro num reviver dos dramas familiares.

O facto de ser um filme com financiamento francês e rodado naquele país europeu mereceu, segundo a AFP, a crítica da agência noticiosa Fars, próxima dos conservadores iranianos. “Ao contrário de Uma Separação, nada há de iraniano neste filme salvo um personagem que pode ter vindo de um qualquer outro país”, escreve a agência, que descreve o enredo de O Passado como “uma história francesa”. “Teria sido preferível seleccionar um filme puramente iraniano como Dar-Band [de Parviz Shahbazi, um dos favoritos na corrida à selecção para potencial nomeação para os prémios da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas] que teria apresentado uma imagem mais real do Irão”, remata a agência.

Em Portugal, o filme não tem ainda data de estreia, embora esteja já garantida a sua chegada às salas através da distribuidora Alambique Filmes.